sexta-feira, 25 de abril de 2008

O nosso Mítico São Luís




Largos anos de péssima gestão desportiva afundando o nosso FARENSE numa crise sem precedentes, tentativa de aproveitamento da passividade da massa associativa Farense para levar o nosso clube até ao fim da linha, interesses imobiliários pessoais, direcção ilegal a mais de 2 anos sem que novas eleições sejam marcadas, ausência de esclarecimento a massa associativa da actualidade do nosso clube chegando ao ponto que as únicas noticias que temos sejam por intermédio da comunicação social. A última promessa do nosso ilegítimo presidente em plena assembleia-geral era de que as eleições seriam por realizar em Abril...de 2007. Um clube campeão com uma direcção ilegal...algo vai mal no meu FARENSE

Desde sempre...FARENSE...para sempre!
João Galrito

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Viagem á Rep.Checa

Em Fevereiro deste ano desloquei-me á Rep.Checa mais um grupo de 6amigos, boa cerveja, mulheres bonitas e futebol é sempre um bom cartaz…para além de uma cultura e historia bastante rica de um pais recente, consequência da sua separação com a actual Eslováquia.
Num país assolado pelo comunismo durante largos anos, pouco virado para o turismo e com uma percentagem mínima de população que fala inglês, a comunicação era uma aventura diária.Aproveitando a nossa estadia na cidade de Pielzen, situada a perto de 1h de distancia da capital Praga conhecida também pela famosa cerveja “Pielzen”, não podia perder a oportunidade de assistir ao vivo o Victoria Pielzen – Banik Ostrava, 5º e 3º classificado respectivamente na tentativa de conhecer um pouco da mentalidade ultra Checa.Ficamos instalados no meio dos adeptos locais durante a primeira parte, ultras não existiam, apenas um pequeno grupo de casual´s que esporadicamente soltavam uns cânticos…enquanto que do sector visitante perto de 300 ultras faziam a festa a medida que o seu clube ia consolidando a vitoria num categórico 0-4.Tentamos aproximar-nos pela bancada do sector visitante, consegui chegar ao contacto com um elemento que se apresentava como dos “Apple Commando” (um grupo Hooligan), mas o enorme contingente policial que cercava este sector com dezenas de policias, canhões de agua, cães (mais tarde vim a saber por se tratar de um conceituado grupo hooligan na Rep.Checa) não toleraram a nossa presença por mais tempo ali num ambiente de desconfiança enorme.
Mas…decididamente era ali que queríamos estar, o que nos levou a sair do estádio e tentar entrar nesse mesmo sector pela entrada, pelo caminho íamos encontrando elementos desse grupo que tinham ficado á porta dado o seu elevado estado de embriagues e chegando a porta ainda foi mais complicado, os policias mais pareciam vindos de forças paramilitares e o facto de sermos estrangeiros de pele morena mais parecidos com árabes aos olhos deles não facilitava a nossa tarefa, sempre controlados permanentemente por alguns elementos do grupo que viam o seu sector ser visitado por estranhos; mas ao fim de um certo tempo cederiam aos nossos argumentos.

A medida que nos aproximávamos da bancada, o ambiente ultra trazido pelo fumo dos potes e os cânticos começava-se a sentir assim como o ambiente bastante tenso á nossa chegada.
Prontamente meto conversa com o elemento dos Apple Commando com quem tinha travado conhecimento momentos atrás, que se viria a revelar num membro bastante influente naquele grupo tornando a nossa estada na bancada mais a vontade do que se estava a revelar.
Num sector cheio e animado muito a semelhança do que estamos habituados por cá mas num ambiente mais característico da imagem dos países do leste num clima frio e chuvoso.
Um grupo muito á imagem ultra, com faixas, bandeiras, cânticos muito similares aos nossos mas numa língua bem mais complexa…mas que se identificam muito ao hooliganismo.
Abandonamos o local um pouco antes do final do encontro para que não ficássemos retidos depois do jogo, uma despedida bem mais calorosa que a recepção fria a que fomos sujeitos a nossa chegada tendo até os próprios elementos proibidos de entrar e que pacientemente esperavam pelo fim do jogo, tido uma despedida á altura…num ambiente bastante pesado acabamos sendo muito bem recebidos nesta experiência bastante enriquecedora embora acerca de futebol fique muito aquém do praticado no nosso pais e que bastante desdenhamos numa realidade completamene diferente em que o arbitro passeava-se ainda equipado relaxando depois do jogo a porta do estadio...

A próxima paragem foi a noite louca de Praga…


João Galrito

sexta-feira, 18 de abril de 2008

A minha História

30 anos de vida, 14 de experiência ultra e 13 anos de fidelidade aos South Side Boys.

Desde muito novo que a paixão futebolística esta presente dentro de mim, sem amor clubista pois apesar de viver perto tudo se encontrava mais distante e só pelos meus 6 anos, altura em que me mudei para Faro é que a paixão pelo Farense começou crescendo dentro de mim.
Logo nessa altura me inscrevi nas escolas do Farense onde permaneceria até aos juvenis, trocando a emoção dos relvados pela vibração das bancadas.
A minha primeira grande emoção de bancada de que eu tenho memória remonta ao ano de 1987 (se não estou em erro), o Farense jogava na aldeia de Olhão num estádio cheio, e que ficou marcado por o lendário Paco Fortes ter agredido um jogador do Olhanense e ter dado uma corrida até aos balneários, onde se trancaria sozinho, perseguido por uma multidão em fúria que invadiu o relvado acabando com o jogo… esse jogo acabava com as seguintes palavras do meu pai “vamos embora que isto está bravo”.
Nos anos seguintes com uma presença assídua nas bancadas do mítico S. Luís e com alguns momentos que iam solidificando o meu amor pelo Farense, assim como algumas prestações pelas camadas jovens do clube nos momentos antecedentes aos jogos do Farense como entretenimento aos espectadores num S. Luís por norma cheio, essas emoções ainda hoje as guardo.
Ano de 1989, o Farense militava na II divisão e onde quer que jogasse arrastava milhares, entre esses milhares os meus pais e eu.
No campeonato fazia uma caminhada tranquila com largos pontos de avanço e na taça fazia historia ao alcançar a final da mesma, um momento único e indescritível, mais de 20 mil Farenses largavam-se em caravana, Portugal acima até à Capital, milhares de carros caracterizados a rigor entupiam as estradas ao longo de 300km até Lisboa, várias mensagens de apoio eram colocadas em quase todas as pontes como que numa clara união de todo o sul pelo nosso grande Farense, o hino do Farense era repetidamente passado no carro até que o coro que o meu pai e amigos vestidos a rigor de batina preta e branca, saísse na perfeição sem erros ao longo de toda a viagem.
A "avenida do Jamor" mais parecia a cidade de Faro, toda a gente lá estava… o magnifico cortejo de centenas de motos do Moto Clube de Faro, um jogo emocionante proporcionando o êxtase a todos os Farenses com um golo no ultimo minuto obrigando a uma finalíssima na semana seguinte, mas na qual não resistiríamos ao poder do primodivisionário Estrela da Amadora que nos derrotaria por 2-0.
Com esta grande emoção, algo começava a despertar dentro de mim, a minha maneira de estar na bancada já era distinta e o fascínio na altura pela claque do Farense, Alma Algarvia na altura, era grande mas o meu pai não me deixava ir para o meio da agitação, o que me levou a fazer a minha própria buzina com a ajuda do meu velhote, duas buzinas de carro e uma bomba de encher pneus artisticamente decorados seriam o meu primeiro artefacto ultra, espalhando o terror nos ouvidos dos restantes sócios que se encontravam na mesma bancada, topo norte a altura.
Neste mesmo ano o Farense viu o seu estádio suspenso por 3 jogos dado os incidentes ocorridos aquando da visita do FC Porto a Faro… aqui crescia o ódio de estimação ao Porto e que fazia com que mais incidentes ocorressem por mais uma década, uns mais graves que outros.
Nesses jogos em que defrontou o U. Madeira, “Montijo”, Sporting “Barreiro” e Benfica “Setúbal”, já formava uma pequena claque com mais uns amigos em que acompanhados por a minha buzina e bandeiras fazíamos a festa, sendo dos 3 jogos o que mais me tenha marcado, o realizado com o Benfica em que empatámos 2-2.
1993, num estádio de S. Luís sempre com grandes molduras humanas, o pessoal mais novo concentrava-se no topo norte e esporadicamente iam saindo alguns cânticos, influência da experiência de alguns tinham por marcarem presença já na altura nas bancadas da Luz e Alvalade, numa altura em que os núcleos da Juve Leo e No Name germinavam em Faro. A curiosidade crescia, o que me levava a acompanhar alguns amigos pertencentes á Juve leo Faro em transfertas para ver o Sporting a Alvalade.
E assim tive a minha primeira experiência ultra, num Sporting – Boavista, a Juve leo caracterizava-se como o maior e melhor grupo dessa época e a experiência foi muito marcante, num estádio de Alvalade cheio.
Voltei para Faro completamente fascinado e interrogava-me porque razão não teria o Farense uma claque ultra, visto que já na altura Faro era um dos maiores núcleos quer da Juve Leo quer dos No Name, algo que duraria pouco tempo…
Demorou pouco tempo até que o projecto dos South Side Boys começasse a ser falado e menos tempo para que fosse concretizado.
O nascimento dos South Side surge a 4 de Maio de 1994, onde eu me filiaria como o sócio nº43, fundando também o meu núcleo “Ultra Boys”, o nascimento dos South side coincidiria com o boom do movimento ultra e as experiências multiplicavam-se, transfertas não falhava nenhuma, fosse perto ou longe, com muitos ou poucos, em ambientes hostis ou amistosos… tudo por uma causa, apoiar o grande Farense.
Cresci, emadureci e os South Side continuaram, umas vezes melhor outras pior mas todas enriquecedoras tornando-nos naquilo que somos hoje, irredutíveis no apoio ao nosso clube… muitas foram as felicidades que o meu Farense me deu e muitas foram as tristezas também. Tive o privilégio de ver o meu Farense em Lyon para a Taça Uefa, como continuo a sentir-me privilegiado em poder acompanhá-lo nos dias de hoje, numa paixão cega, incompreensível aos olhos de muitos…
Foram diversas as ocasiões em que fui ver grandes jogos na tentativa de matar saudades dos grandes jogos e palcos, mas também de conhecer novas mentalidades, diferentes estilos e grandes jogos de futebol, embora não consiga precisar todas as datas aqui ficam alguns dos palcos em que estive:

-Boavista - Benfica 97
-Sporting – Milan 03
-Benfica – Inter 04
-Boavista - Porto 05
-Sevilha – Panatinaikos 05
-Benfica – Porto “ultimo no estádio da Luz”
-Manchester – Benfica 06
-Setúbal – Sampdoria 06
-Sporting – Manchester 07
-Pilzen –Banik Ostrava 08
-Belenenses - Porto 08
-Benfica -Sporting 09
-Benfica - Sporting Final Taça da Liga 09
-Roma - Lazio 09
-At. Madrid - Porto 09

Estas experiências foram bastantes enriquecedoras, ajudaram-me a crescer, a definir minha personalidade e definindo a minha mentalidade ultra… sou uma pessoa bairrista, tradicionalista e contra o futebol moderno.
O meu Farense proporcionou-me uma experiência pelo distrital, considerada desprestigiante aos olhos de muitos, para o grande historial que o nosso clube tem, mas não aos olhos de todos nos FARENSES, pois demos continuidade a nossa historia tão perto dos 100 anos quando a saída mais fácil seria acabar…
Ao longo destas 2 épocas pude sentir o verdadeiro futebol tradicional na sua verdadeira essência, onde ainda existe o amor a camisola, e onde vivi os melhores momentos ultras da minha vida junto da família SS.
Esta é a minha história…

Desde sempre… FARENSE… para sempre!
João Galrito