terça-feira, 27 de maio de 2008

Reportagem no Público

O início da ressurreição ou o prolongamento da crise de um histórico
Bruno Nunes e Pedro F. Guerreiro

Lembram-se do Farense? O último emblema algarvio a ter jogado na principal Liga de futebol parece renascer no plano desportivo, mas continua mergulhado numa grave crise financeira

a Depois de 17 épocas consecutivas na Liga, a descida ao segundo escalão na época de 2001/02 marcou o princípio do (quase) fim do Farense.
Para o clube que foi um dia o emblema de toda uma região, o início do século XXI teve contornos dramáticos, com a crise financeira e a rocambolesca queda até aos confins do futebol nacional (depois da desistência da participação na Liga de Honra em 2003/04 e a extinção do futebol sénior em 2005/06), uma situação "visível e desgraçada" que António Boronha (ex-presidente do clube e ex-vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol) considera ter ficado a dever-se à tentativa do clube em "ser transparente", contrariando uma tendência que vigorava no futebol português.
Com a Farense Futebol SAD a enfrentar um processo de insolvência, há duas temporadas (2006/07) a direcção do clube decidiu inscrever uma equipa na segunda divisão distrital, como forma de não deixar morrer o futebol sénior. E começou aí a recuperação desportiva do Farense: conseguiram uma vitória no mais baixo escalão do futebol algarvio e a subsequente promoção para a primeira divisão distrital. Esta época, os "Leões de Faro" conseguiram novamente a subida de escalão ao vencerem incontestavelmente a competição em disputa, feito que marca o regresso do emblema às competições nacionais, mais concretamente à terceira divisão.
O futuro, no entanto, continua incerto. Se é verdade que os "sucessos desportivos" parecem aludir aos melhores dias, certo é que a situação financeira não deixa esquecer que o maior obstáculo ao futuro do Farense é o passado. As dívidas e o passivo ascendem a cerca de cinco milhões de euros, valor que só pode ser saldado através da venda do Estádio de São Luís, que, no entanto, ainda não pertence ao clube mas sim à autarquia, segundo explicou o presidente do Farense, Gomes Ferreira, ao PÚBLICO: "O estádio vai ser cedido ao clube para pagar o passivo, se os credores da Farense Futebol SAD acertarem a redução do crédito. O futuro do clube está dependente da venda do estádio."
A solução é consensual: a venda do estádio é a única saída para uma situação que se arrasta há vários anos. "Saí do Farense em 1998 e já antes de sair defendi muito a venda do São Luís, obsoleto e sem condições de segurança, numa altura em que já estava certo o Estádio Algarve", disse Boronha ao PÚBLICO.
O imbróglio financeiro que tem assolado o clube na última década não tira a fé aos adeptos farenses, que continuam a afluir em grande número aos estádios por onde o clube joga, apesar de desabituados das lides dos distritais. Contam-se na casa dos milhares e fazem inveja a muitas assistências da Liga. António Boronha recordou que a massa adepta dos "leões do Algarve" sempre foi conhecida pelo grande fervor clubístico: "Os dirigentes dos "grandes" sabiam o terror que era jogar no São Luís."
Para o director-desportivo António Barão, as elevadas assistências num escalão inferior justificam-se com uma evidência: "O futebol é paixão, é por isso que as gentes de Faro vão atrás do clube. [No jogo] em Vila Real de Santo António, estiveram cinco mil pessoas. No Algarve, o Farense é o clube que tem mais condições para chegar à Liga." Condições de que, para já, António Boronha duvida: "Nos dois últimos anos houve um percurso interessante, mas o clube caiu tão baixo que o percurso até aqui foi relativamente fácil. A dificuldade começa agora. Eu acredito em tudo o que o clube pode voltar a ser, desde que resolvam os constrangimentos de ordem económica."
Gomes Ferreira pensa que a resolução poderá estar para breve: "Acredito que [a situação da venda do estádio e liquidação do passivo] possa estar resolvida ainda este ano. Objectivo? Fazer uma subida sustentada até aos lugares onde o Farense já esteve no passado..."

"O orgulho do Algarve somos nós", cantou-se na bancada
a Em dia de festa, os adeptos do Farense disseram uma vez mais "presente", como aliás dizem quase sempre. Com uma média nos jogos em casa de cerca de milhar e meio de espectadores, esses números rivalizam com as assistências de alguns clubes da Liga. No último jogo da época (sábado) contra o Alvorense - que servia de consagração do Farense como campeão distrital - a única bancada aberta aos adeptos do Estádio do Algarve recebeu duas mil pessoas.
Para um membro da claque South Side Boys, Pedro Guerreiro, a paixão que se mantém por aquele emblema é a explicação para o apoio mostrado: "Move-nos o amor ao clube da terra. Quando se está lá em cima é fácil apoiar..." O líder da claque, Rui Roque, alinha pelo mesmo discurso: "A equipa está na distrital, mas só temos esta, temos que apoiá-la, esteja em que situação estiver." O ambiente foi de festa, uma semana depois da despedida do São Luís como palco dos jogos do clube. "Claro que ficam saudades mas prefiro não ter São Luís do que ver o fim do Farense por questões financeiras", declarou Élio Arenga, um adepto.
Também presente no Estádio do Algarve esteve Hassan Nader, ex-jogador e figura carismática do Farense. "Este clube faz parte da minha vida, corre-me no sangue", disse o marroquino, confiante de que o Farense "tem tudo para voltar aos grandes palcos".
Mesmo derrotado por 5-0, até o treinador do Alvorense desejou felicidades ao emblema de Faro. "Que não parem de subir de divisão, porque o Algarve precisa de uma equipa na primeira", desejou Rui Clemente.
O dia terminou com a entrega de prémios e os festejos da subida à terceira Divisão, que poderá marcar, quem sabe, o início da ressurreição do Sporting Clube Farense. B.N.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Voz ao Provedor!

Hoje dia 20 está previsto uma audiência de credores no Tribunal no sentido de haver um acordo entre a SAD Farense e os credores, segundo informações que circulam na cidade eventualmente há credores renitentes a chegar a um acordo por incrível que pareça um destes credores reclama 42 000 euros e está a dificultar o acordo.

Que interesses estão por de trás deste credor, este sabe como muitos outros que se o acordo com IAPMEI não se concretizar e este não esta disponível para esperar muito mais tempo a única possibilidade será a venda do pavilhão pelo o melhor preço e o estado fica ressarcido de grande parte dos seus créditos mas os outros credores jamais receberão um cêntimo assim como o estado no seu direito irá pedir a reconversão dos créditos em falta junto dos administradores e quiçá dos accionistas da sociedade já que enquanto dirigentes do clube não são responsáveis por estes créditos como vários tribunais tem vindo decidir em posições idênticas noutros clubes.

Há qualquer coisa de muito estranho no meio desta situação e nós sócios do clube e os accionistas anónimos da SAD devíamos questionar uma serie de situações; o porquê de termos descido de divisão administrativamente, o porquê de em tempos se falar no clube do Algarve, o porquê do actual presidente e enquanto foi presidente da assembleia municipal com todas as condições para o fazer não iniciou o processo com IAPMEI, o porquê de não provocar eleições e manter-se no cargo indo contra os estatutos do clube, indo contra a sua própria coerência contraiu responsabilidades com outras empresas e clubes no sentido de viabilizar o clube quando antes dizia que este era completamente inviável e por isso assumiu a descida de divisão sem consultar os sócios.

No meio de tudo isto há muita coisa por explicar o tempo se vai encarregar de o esclarecer, mas neste momento estou com um pressentimento muito mau pelo futuro do clube espero estar enganado e que hoje se houver a reunião de credores seja possível um acordo de modo o clube seguir em frente, depois de subirmos de divisão outro retrocesso seria uma catástrofe.

VIVA O FARENSE

VIVA A FARO

O PROVEDOR

in "http://adefesadefaro.blogspot.com"

A reunião de credores foi adiada para dia 5 do proximo mês...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Foto reportagem do jogo de campeões


10 de Maio de 2008, uma data em que foi escrita mais uma bela pagina da historia do nosso grande FARENSE.
Este fim-de-semana garantimos o regresso a 3ªdivisão nacional, mais uma passo na caminhada que nos falta até devolvermos o nosso grande FARENSE ao lugar que merece, a 1Liga!
Uma bela tarde para a pratica do futebol, muito publico nas bancadas assim como vai sendo habitual por parte da nossa grandiosa e sofredora massa associativa, presença massiva dos ultras dos South Side para participar na festa do titulo, algo que praticamente já estava garantido desde a ultima jornada realizada nos Machados mas que na recepção ao Salir seria um dado adquirido.
O jornal Barlavento realizou uma foto reportagem sobre este jogo ao qual eu dou o devido destaque.

Entrevista no Diário de Noticias

Farense regressa aos campeonatos nacionais


Assistência média ronda os 1500 adeptos. Há quem sonhe com Liga
O Farense prepara-se para fazer hoje a festa da subida à III Divisão, e o consequente regresso aos campeonatos nacionais, depois de há dois anos ter começado pelo escalão mais baixo do futebol português - a II Divisão Distrital. Depois da Farense Futebol SAD ter sido alvo de um processo de insolvência, por parte de um jogador, os responsáveis por aquele, que para muitos continua a ser o emblema mais representativo do Algarve, decidiram inscrever o Sporting Clube Farense nos campeonatos distritais. A curto prazo a aposta está a revelar-se positiva e, em duas épocas, o clube da capital algarvia passou da II Divisão Distrital, para a III Divisão Nacional. Todavia, enquanto a SAD não resolver os problemas financeiros, o clube não poderá participar nos campeonatos considerados profissionais, tais como a Liga Vitalis e a Bwin Liga.Apesar destas contingências, em Faro todos acreditam que é possível ultrapassar a crise e voltar ao convívio com os grandes do futebol nacional. Na história dos campeonatos da I Divisão o Farense ocupa ainda um honroso 11.º lugar, o que demonstra a importância e o estatuto que este humilde clube mantém no panorama futebolístico nacional. Para trás ficou uma presença na final da Taça de Portugal em 89/90 - que viria a perder para o Estrela da Amadora - e na temporada de 94/95 alcançou a melhor classificação de sempre, ao terminar o campeonato no 5.º lugar, qualificando-se pela primeira vez para a Taça UEFA.Essa foi uma época inesquecível para todos os adeptos farenses, abrilhantada com uma vitória sobre o Benfica, o campeão nacional em título, por 4-1, com golos de N'Daw, Hassan e Jorge Soares. "No final desse jogo saí do Estádio de São Luís com as lágrimas nos olhos", recorda com nostalgia Rui Roque, de 32 anos, o líder da claque South Side Boys, que conta com mais de 200 associados. Se nos últimos anos muito tem faltado ao Farense, apoio foi algo que nunca faltou, mesmo quando a equipa esteve cerca de 10 meses sem competir. "Foi o maior desafio em seis anos que levo como presidente da claque, fizemos várias campanhas junto da população geral, da autarquia e do tecido empresarial, é quando o clube está em baixo que se deve dar mais apoio", destaca Rui Roque. Apesar do Farense se encontrar a competir nos escalões distritais o número de espectadores nos jogos, que na condição de visitado têm lugar no Estádio Algarve, são superiores a alguns clubes da Super Liga. Nos jogos em casa a assistência média ronda os 1500 adeptos e em todas as partidas a claque faz-se representar por mais de 100 simpatizantes, que levam a festa a todos os campos onde a equipa se desloca. "O Farense continua a ser o maior clube do País a Sul do rio Tejo e vai voltar ao lugar que lhe pertence, que é no escalão maior do futebol português", adianta, expectante, o líder da claque algarvia.

in Diário de noticias

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Bomba aprovada

Faro: Posto de combustíveis é legal Quarta-feira, Maio 7 Bomba aprovada

A juíza do Tribunal Administrativo de Loulé indeferiu a acção administrativa especial movida pelos proprietários da urbanização Horta das Figuras, em Faro, que contestava a cedência de um terreno pela Assembleia Municipal ao Sporting Farense para a construção de um posto de combustível naquele local. Os representantes dos proprietários recorreram desta decisão para o Tribunal da Relação, o que vai arrastar o processo.

A magistrada, num despacho com 30 folhas, considerou improcedente os sete requisitos apresentados pelos proprietários da urbanização, decidindo, por exemplo, que não houve violação do alvará, nem do Plano Director Municipal, entre outros requisitos.
José Apolinário, presidente da Câmara de Faro, confirmou ao CM esta decisão, mas lembrou que o processo "ainda vai ser demorado até transitar em julgado".

O autarca, que vai avançar, em breve, com o ajardinamento da zona sul da urbanização, "para tornar mais apresentável o local em estado de degradação elevado", tem uma solução a apresentar às partes interessadas. "Vou sugerir à GALP e ao Farense a cedência de um terreno junto à pista de atletismo e da nova variante para a construção do posto de combustível", adiantou.

Solução difícil de concretizar, atendendo à diferença de valor dos dois terrenos em causa. Os 4.000 metros quadrados desafectos pela Assembleia Municipal a favor do clube da capital algarvia valem cerca de cinco milhões de euros, dos quais o Farense já recebeu, da GALP, 750 mil, que têm vindo a ser reclamados pela gasolineira há já cerca de três anos.
Gomes Ferreira, presidente do Farense, disse ao CM "desconhecer oficialmente esta decisão do tribunal",afirmando que gostaria de ver o problema resolvido "a bem e urgentemente", até porque o clube, que tem um passivo de cerca de 20 milhões de euros, regressou aos nacionais de futebol e precisa de "arrumar a casa".

Fonte: Correio da Manhã

Até quando seguirá esta novela e até que ponto não terá o nosso FARENSE razões de seguir judicialmente para um pedido de indemnização junto da comissão de moradores daquela pequena comunidade elitista, que quase que empenhava a continuação e sobrevivência do nosso quase centenário S.C.FARENSE, referência da nossa grande cidade de Faro, capital do Algarve e defensor de todos nós FARENSES.

João Galrito

South Side Boys - A verdadeira História

14 anos de história festejados em 4 de Maio, muito se falou e muito se fala em torno dos South side, acerca da sua simbologia, acerca da sua mentalidade, acerca da sua postura, coisas boas, coisas más, muitas verdades, muitas mentiras...
Neste texto redigido por um grupo de amigos, uns fundadores e outros que desde da sua fundação muito deram a este grupo, foi publicado na zine de "Especial aniversário" e para além de servir de homenagem a esta família a que orgulhosamente pertenço espero que possa elucidar um pouco certas mentes preconceituosas.
HONRA AOS SOUTH SIDE!!


1994 - 2008
A verdadeira história SS


Sentado com um grupo de amigos que fielmente se acompanham há 14 anos, tentando transcrever a história dos South Side para uma folha há muito em branco, as memórias são muitas e cada vez mais, à medida que as mesmas vão despoletando, mais mil há muito esquecidas, atropelando-se para ficar numa folha cada vez mais pequena para uma história tão rica.

Quem diria, 14 anos passaram, as botas da tropa já nem se encontram no armário, os blusões de bombeiro há muito deixaram de ser fashion e as famosas DT pelas quais nos fazíamos transportar já são consideradas relíquias, mas as cores e paixão que motivaram a nossa fundação como que um grito de revolta numa época de modas, tentando valorizar Faro e o que é de Faro, num panorama nacional, continua bem patente e cada vez mais forte.

Ano de 1994. Faro mesmo sendo a capital do Algarve, era uma cidade pequena, ambiente familiar em que todos os grupos de diferentes estilos, mentalidades e ideologias, mantinham uma relação bastante próxima. Os South Side acabariam por ser o grande elo de ligação, marcando nas nossas memórias, essa época de uma forma bastante especial.

Era uma cidade apaixonada pelo futebol e pelo seu clube mais representativo, o S.C. FARENSE. E este foi o principal motivo para o nosso surgimento. Esta é a nossa história, relatada por quem a acompanha desde o início.

Acompanhado por uma moda ultra recém chegada de Itália, mas que não nos era estranha de todo, pois já tinham existido no S. Luís vários grupos a apoiar o clube, se bem com outros estilos (Pujança Moura, Alma Algarvia; Demónio Brancos), os South Side começaram a sua vida na época de 94/95 na 5ª jornada, frente ao Braga. No jogo inaugural cerca de 100 adeptos abriram tochas, potes de fumo e extintores que, em associação com balões, originaram nova cor no topo sul do S. Luís, apresentando à massa farense o significado da palavra coreografia.

Na primeira deslocação, um autocarro e uma carrinha fizeram-se à estrada rumo a Setúbal. Seria uma deslocação que viria a marcar o perfil da claque em invasões futuras: muito estrilho, confrontos com os locais e o autocarro praticamente destruído pelos próprios SS. Atitudes que custaram um dos poucos patrocínios obtidos pela claque (parque aquático e discoteca H2O). Com a polémica instaurada, a direcção do grupo sofre uma razia, ficando dois directores a conduzir o barco: André Pimpão e Paulo Castilho, de 16 e 17 anos respectivamente. A claque continuava já sem as faixas Hooligans e Ragazzi della Violencia, censuradas pela polícia. Os núcleos apareceram entre os quais os polémicos RAGAZZI SS e os ULTRA BOYS, onde se forma o perfil do carismático João Galrito. Aumentam as finanças da claque e por conseguinte o material e a independência do grupo. Aparece a SS Zine e a primeira sede, localizada debaixo do antigo peão e que possibilitava a sua utilização permanente. Espaço mítico onde se pintaram as primeiras faixas, se realizaram os primeiros convívios, chegando inclusivamente a servir de sala de ensaio para bandas.

Nos jogos no S. Luís já se tornava habitual ver cerca de 200 sócios SS na bancada, no entanto a mentalidade ainda não se encontrava bem implantada, sendo exemplo disso o tutti-frutti que vigorava nas cachecoladas.

Os pontos altos eram os jogos em casa contra “os grandes”, em que se realizavam coreografias consideradas, por quem seguia, entre as melhores do país. De elevado custo económico, só eram possíveis de executar graças às boas finanças do grupo. Frente ao Benfica uma cascata de rolos choveu da bancada SS, incendiando-se de seguida, fornecendo um belo efeito, numa vitória memorável do Farense por 4-1.

Contra o Boavista dois panos gigantes cobriram o topo Sul do S. Luís. Ao receber o Porto, e com o historial dos anos anteriores, assistiram-se a violentos confrontos envolvendo SS e SD, originando vários feridos e de novo a claque como tema de conversa entre as gentes de Faro. Neste jogo a bancada SS lotou com cerca de 500 elementos, que apresentaram um belo show pirotécnico.
A direcção do grupo convoca 12 colaboradores que usando braçadeiras na bancada, ajudam na organização da vida da claque. Por esta altura já os South Side fazem parte dos adolescentes farenses, criando iniciativas extra-desportivas, como os lendários concertos SS realizados no espaço 20 de Janeiro, com a presença de bandas míticas locais como os Punk-kecas e Sem Fuga.
As quatro deslocações no primeiro ano reflectem a vontade de espalhar o espírito SS pelos estádios do país, destacando-se a invasão a Leiria onde a claque se apresentou em força.
No último jogo em casa frente ao Est. Amadora festejava-se a primeira ida à UEFA, realizando-se uma dupla coreografia, em que o topo norte apresentava dois panos gigantes e no topo Sul vigorava uma faixa com os dizeres: “NASCEMOS PARA TE LEVAR À EUROPA”. No final do jogo, uma invasão de campo (a primeira de muitas) festejada ao rubro.
O SC Farense estava em alta, impulsionado por um grupo que se começava a definir como Ultra. Neste mesmo ano, Hassan foi o melhor marcador da 1ª liga com 31 golos e o Farense subia à divisão principal em basquetebol, após uma poderosa invasão SS a Olhão.
No final da temporada os South Side Boys já se destacavam no panorama nacional. Um primeiro ano atribulado e intenso para O grupo algarvio.

A segunda época iniciou-se frente ao Tirsense onde, para além da abertura de extintores inaugura-se a faixa “SIEMPRE BIANCONERO”, um colosso de 18 por 2 metros. Com uma mentalidade ultra mais madura as coreografias revelaram-se originais e surpreendentes. Belos exemplos são os tifos com o Sporting (topo repleto de cartolinas brancas), com o Benfica (enormes plásticos brancos que descendo formaram as siglas “SCF”), com o Boavista (6 letras gigantes e uma faixa pedia aos jogadores “VENÇAM…Merecemos ficar na primeira”) e frente ao O. Lyon (bandeira nacional com cartolinas), na primeira e única vez que os SS seriam anfitriões de um grupo ultra estrangeiro, Bad Gones.

Frente ao Porto, além da massiva presença no estádio, a cidade seria brindada com uma deslocação interna SS, iniciando-se no largo da pontinha com subida pela avenida do Liceu, com a faixa Ragazzi precedendo os cerca de 250 ultras presentes.

No que se refere a deslocações (8 no total), destacaram-se algumas realizadas por verdadeiro amor ao clube, principalmente ao norte do país: 3 ultras presentes em Guimarães exprimiam numa faixa o seu sentimento (“1500 Km reflectem o nosso amor por ti”); em Braga, 10 SS conseguiram regressar a Faro graças à ajuda do treinador e equipa técnica do clube; no Bessa, 5 elementos ficaram rodeados de Panteras Negras; em Lyon, 15 ultras lidaram de perto com fortes medidas de segurança, as quais obrigaram ao corte em 6 partes da faixa PRESENTES (nesta deslocação destaca-se o pequeno-almoço tomado com os jogadores). Na mítica invasão a Campo Maior neste ano, registar-se-ia a maior batalha campal da história SS, com tochas e bastões à mistura, da qual resultariam vários feridos e 15 detidos.

Quantos mais estádios os SS visitavam, quantas mais claques conheciam, mais se apercebiam do real valor da mentalidade ultra que tinham. Para isso ajudavam os recentes cachecóis e o vasto material produzido. Já “fardados” a rigor, os núcleos proliferam no seio SS (10 ao todo), destacando-se os SS Fuzeta, SS Emissora, os GAT (Grupo anti tripeiros), SS Lisboa, SS Norte e as SS Girls. Influenciados pelos pais desde que nasceram a apoiar o clube de Faro, vários jovens sobressaem no seio da claque, muitos deles formando núcleos, outros colaborando de formas mais casuais (sendo o Fernando Nuno um bom exemplo), naquele que mais tarde, se iria definir como o núcleo duro da claque. Neste contexto nascem os SS Penha. Liderados por Pedro Leitão e Nuno Pudim, iriam revelar-se preponderantes na vida da claque nos primeiros anos, tanto no aspecto positivo (com presenças constantes de 50 elementos) como no negativo (devido à agressividade espalhada pela cidade). Surgem os SS Gelatiere, constituídos por elementos mais velhos em relação à média de idades da claque, de onda brota o emblemático Rui Roque.
Aparecem os SS Budens, núcleo do concelho de Lagos, que apresentam cerca de 15 elementos no S. Luís frente ao Lyon.

A atitude revolucionária dos SS originava conflitos com a direcção do clube, sendo habituais as ofensas verbais durante os jogos tendo como alvo vários dirigentes. Como consequência e numa tentativa de isolar a claque, o topo sul passa a apresentar uma divisão em rede, delimitando um espaço exclusivo para os sócios SS com uma lotação de 350 pessoas. A entrada (a famosa porta SS) era controlada pelos dirigentes da claque que confirmavam o cartão de sócio SS (mediante o pagamento de 1000$00 por ano assistia-se a todos os jogos em casa).

Na última deslocação da época, com o clube lutando para não descer de divisão, 60 ultras rumam à Luz de onde arrancam uma magnífica vitória (0-1), num jogo memorável para todos os presentes. A permanência garantida abafa uma época em que, mais que os resultados da equipa, os South Side crescem como grupo, sendo reconhecidos como das melhores claques do país, ficando em 3º lugar no referendo nacional da revista ULTRA e sendo referidos em várias publicações estrangeiras como a Sup´Mag (França), Super Tifo (Itália) e Super Hincha (Espanha), revistas de culto para todos os ultras. A euforia dos festejos esconde o fosso que aos poucos se construía à volta da equipa de futebol sénior do SC Farense.

O 3º ano de existência inicia-se mais uma vez em casa frente ao Est. Amadora, onde é inaugurada a nova faixa. A direcção SS passa por nova alteração, juntando-se aos 2 directores existentes os prezados Paulo Barão e João Galrito. Neste ano alguns ultras marcariam presença no primeiro congresso nacional de claques em Leiria.

Nas deslocações destaca-se a transferta a Alvalade numa Sexta à noite, numa época em que os SS estariam presentes em cinco estádios fora de casa. A postura em casa dividia-se entre a excelente e a mediana, conforme o adversário e a transmissão na televisão, destacando-se o jogo frente ao Sporting com a coreografia realizada no topo norte: “Ontem, Hoje e Amanhã… SEMPRE FARENSE!”

No decorrer da época inaugura-se a nova sede localizada no 4º andar do edifico sede do Farense. Com a equipa a lutar pela permanência mais uma vez, denota-se um decréscimo quer ao nível do apoio vocal, quer em número, quer em termos de atitude na bancada, ficando a maior parte dos SS sentados. Como que um filtro invisível que mergulha no topo sul, os verdadeiros ultras começam a revelar-se…

Antes do inicio da temporada de 97/98, já a direcção SS levava uma reestruturação com os quatro dirigentes no activo a convidarem dois chefes de cada núcleo existente, totalizando 10 directores. Um deles, Rui Roque…

Aparecem os Grupos Abuíssa e Porno, que em vez de representarem bairros de Faro, eram constituídos por um grupo de amigos de várias zonas da cidade. Com uma postura crescendo de jogo para jogo, tornaram-se em poucos anos os pilares da claque, e a sua presença perdura até aos dias de hoje. Aproveitando a ideia, a direcção SS redefine o estatuto de núcleos, ficando estes a representar aglomerações fora de Faro e criou os Grupos dentro da cidade.
Nas deslocações efectuadas destacam-se, entre outras, Belém, Campo Maior, Luz e Coimbra.

Tal efeito de dominó, o decréscimo do rendimento da equipa leva a uma baixa geral nas assistências, incluindo a dos próprios SS. O espírito de equipa desta altura era mínimo e os ultras apenas se juntavam nos dias de jogo para, minimamente, apoiar o seu clube. Ainda assim, estreia-se a nova faixa principal (Bulldog) frente ao Benfica, numa época marcada pelas parcas coreografias realizadas. No último jogo em casa frente ao Salgueiros, festejando mais uma vez a permanência, registam-se confrontos com a Alma Salgueirista.

A celebrar cinco anos de existência, os South Side por pouco não tinham fôlego para apagar as velas do bolo. Com presenças mínimas de ultras na bancada, jogos havia em que a faixa principal nem era colocada. Num ano em que tudo parecia ruir, a claque perde a sede no 4º andar e assiste ao afastamento do lendário treinador PACO FORTES.

Apenas três deslocações marcam um ano negro na história SS. Após vários abandonos a direcção fica definida, resistindo quatro ultras Farense que perdurariam até à época de 2002/2003: João Galrito; Margarida (Austra); Paulo Castilho e Rui Roque.

Em 99/00 registam-se profundas alterações na estrutura do Farense, com a entrada dos espanhóis na SAD criada na época anterior. Uma entrada envolta em controvérsia gerada principalmente devido ao rumor da alteração do símbolo principal do clube. Muitos sócios míticos do SC Farense afastam-se, alargando ainda mais a barreira que separava o clube da sua cidade. Os South Side desenvolvem uma relação estável com o representante dos espanhóis, Pablo Santiago, reunindo-se com este esporadicamente. Este senhor revelou-se dono de uma mentalidade ultra relativamente aos peñas, muito à frente, apresentando propostas plausíveis para a claque, fruto da sua experiência como coordenador da curva ultra do Salamanca.

Com resultados desportivos do clube aquém das expectativas, que conduziam a chicotadas psicológicas a meio da temporada, louvam-se os convites que a SAD disponibilizou aos SS possibilitando um aumento da massa humana nos jogos em casa.
Nesta época destaca-se o primeiro jogador a mostrar constantemente uma postura de empatia para com a claque, Lucian Marinescu.

Em deslocações, a claque volta a visitar campos conhecidos (5 no total), destacando-se a transferta a Campo Maior com a presença de 10 autocarros com adeptos farenses.
E no sétimo ano de existência, a claque ressuscita. Das conversas com Pablo Santiago surge a ideia da BANCADA JOVEM SS, um espaço físico semelhante à divisão da bancada ocorrida na época 95/96. Por 12.000$00 ao ano, os sócios poderiam assistir a todos os jogos em casa do seu clube. Com novo fôlego, registam-se sete deslocações, marcando presença pela primeira vez em Aves, Aveiro e Alverca. Com uma base forte constituída essencialmente pelos Grupo Abuíssa, Grupo Porno e pela direcção, a claque aposta na divulgação das suas acções através de propaganda espalhada pela cidade, mostrando que no meio da destruição do clube, ainda existiam aqueles que acreditavam! Mais fortes, começam a apresentar uma forte tendência interventiva, contestando tanto a direcção do clube como a própria equipa técnica, culminando em confrontos frente ao pavilhão com as forças policiais.

Na época de 2001/2002 a claque torna-se uma associação, tendo como presidente o fundador Paulo Castilho. Num ano em que se assiste ao regresso do mítico Paco Fortes ao S. Luís, a equipa de futebol sénior do farense desce de divisão após 10 anos na 1ª liga. Não devido à falta de apoio da Associação South Side, presente em cinco estádios: Bonfim, Luz, Paços de Ferreira, Portalegre e Vidal Pinheiro. Os Grupos aumentam com o aparecimento dos SS Olhão, liderados por um ultra criado na «La Curva» argentina, Nehuen ‘Argentino’.

Com 9 anos de história, pela primeira vez os South Side apoiavam o seu clube na 2ª liga. Reagrupam-se velhos amigos, como a Emissora, Soldiers, Penha e Fuzeta; consolidam-se outros como Abuíssa, Porno e Budens, havendo espaço para o aparecimento do Grupo Sonoro e do grupo Nova Guarda. Aparecem os primeiros cachecóis em cetim.

Com cerca de 100 elementos no activo os South Side apresentam-se em 9 estádios, totalizando 8236 Km de estrada durante a época. Destaca-se a invasão a Portimão, onde 130 ultras SS mostraram quem era verdadeiramente o orgulho do Algarve. A direcção sofre alterações passando a ser presidida por Rui Roque, sendo vice-presidentes João Galrito e João Araújo. São criados formalmente os órgãos sociais da associação. O 9º aniversário dos South Side é celebrado com um concerto no pavilhão do clube, com um cartaz bem representativo do gosto musical ultra, onde tocaram e encantaram os Kontrattack, Mindlock e os Mata Ratos. Contrariando todas as expectativas, os ânimos dos ultras de Faro não esmorecem, sendo um dos principais factores para tamanha demonstração de paixão, a revolta pela crescente degradação do clube e aproveitamento das chamadas "forças vivas da cidade" em proveito próprio. No final da temporada, o Farense apesar de garantir a permanência desce de divisão na secretaria, devido à má gestão por parte da SAD do clube. Mais um balde de água fria para os ultras SS.

Dada a passividade do povo de Faro derivado às grandes mágoas existentes com os ainda dirigentes do clube, os South Side Boys adoptaram uma postura mais política dentro do clube, tornando-se na voz da revolta dos sócios. Marcando presença em todos os estádios do território continental e na Ponta do Sol, na Madeira, apresentaram-se na 2ªB mais coesos em todos os aspectos. Num Farense podre por dentro tentaram honrar a história gloriosa do clube, conscientes que eram a única salvação para o futuro. Iniciando o campeonato a apoiar uma equipa de futebol composta pelos juniores, os South Side reúnem 230 sócios, realizando uma invasão à terra vizinha de Olhão, deslocando-se de barco. Em casa apresentavam uma massa humana mais grandiosa que nas épocas anteriores, mas a verdadeira diferença residia na atitude na bancada, com um apoio incansável à equipa, destacando-se a independência dos resultados, negativos a maior parte das vezes. A gestão e funcionamento dos bares do S. Luís ficariam a cargo da associação SS, revelando o aparecimento de um novo grupo, impulsionado por Pedro Carrega, a Legião Boda, que trouxe consigo a experiência dos “Escutas” no que toca ao sentido de organização, aventura e mentalidade, o que prova que a qualidade dos grupos nada tem a ver com o seu número de elementos. Na mesma época surgem ainda os grupos Praia de Faro e Velha Guarda. Tanto apoio não impede nova descida de divisão, algo esperada pelos ultras que diariamente viviam a vida do seu clube.

Eis que na 3ª divisão repete-se o início do campeonato com a equipa a jogar com os juniores. Cada vez mais restringidos a nível geográfico, os South Side marcam presença em todos os estádios onde a sua equipa joga, 100% PRESENTES, após 11 anos de existência. Para celebrar a data convidaram os Peste & Sida a tocar no pavilhão do Farense, uma aposta que sairia furada, uma vez que, sendo Quinta-feira, à noite, e em plena semana académica da UAlg, o público não aderiu como o esperado, mergulhando a associação num buraco financeiro. Como sempre ao longo da sua existência, os ultras SS, comandados pelo seu presidente e mentor Rui Roque, aproveitariam a má sorte para amadurecerem. Para isso foi essencial a conquista de uma nova sede. Com localização privilegiada, torna-se rapidamente o ponto de encontro diário de todos os ultras, consolidando o grupo de uma forma inédita até à data. Iniciativas como O Grupo mais fiel originam uma rivalidade saudável entre os vários grupos, possibilitando presenças massivas, como a realizada ao Imortal de Albufeira, com mais de 100 elementos.

O clube conseguia a permanência, mas a sua situação financeira continuava crítica, colocando em risco a sua inscrição na época seguinte. Nesta época a associação marca presença nos principais eventos realizados na cidade, com espaços SS (barraca 12) na concentração de motos, na semana académica e na semana da juventude.

Tal só foi conseguido devido à pressão exercida pela associação SS. Dado o rumo que o clube seguia, várias foram as iniciativas de protesto e revolta lideradas pelos South Side, desde a manifestação no centro da cidade intitulada "Eu sou Farense" em alusão ao divórcio entre a cidade e clube, aglomerando mais de 400 pessoas, à invasão de campo interrompendo o jogo em protesto, envergando uma faixa que lançava a questão “Tens vergonha de ser Farense?”.
No entanto, após 8 jogos realizados pelos juniores devido à impossibilidade de inscrever jogadores devido à divida acumulada na federação, o clube acaba com a participação da equipa de futebol na 3ª divisão. O ponto alto desta época foi a vitória conseguida na deslocação a Ferreiras, premiando os South Side pela sua fidelidade e os briosos juniores pelo seu esforço, jogando simultaneamente em 2 campeonatos, o seu e o dos seniores.

Sem futebol ao fim de semana, sem clube do coração sem apoiar, a associação vira-se para os seus, criando várias iniciativas que consolidam o grupo. Prepara-se uma lista para as eleições dos órgãos socais do clube, que nunca chegaria a avançar devido ao facto de a direcção não cumprir os prazos legais da realização da mesma, tornando-se ilegítima aos olhos da associação SS, facto que se manteria inalterado até aos dias de hoje.

A um passo dos 13 anos de existência, estamos vivendo uma experiência na distrital totalmente nova, mas dentro da visão que temos do que deve ser o futebol, somos contra o futebol moderno!!!
O número de sócios SS ultrapassa os 100 elementos, e a adesão cresce de jogo para jogo, dado o protagonismo local e regional que a associação tem tido, quer nos jogos em casa, quer nos jogos fora, contribuindo para tal o facto de todas as deslocações se realizarem no Algarve, usufruindo pela 1ª vez das condições que os restantes grupos nacionais dispõem a nível geográfico.
O resto da história ainda está bem fresca em todos nós. Quem nós somos, quem são os SOUTH SIDE, e provavelmente ao leres isto muitas serão as recordações que passam pela memória deste passado recentíssimo. Dicas??: Torneios PES; torneios de sueca; paintball; jantares de grupos; jantar de Natal; deslocações a todo o lado, e sempre com mais de 40 elementos, inclusive internas, destacando o momento alto que aconteceu no 1º derby da cidade desde a década de 60, com a UAlg, onde estiveram presentes 150 ultras que apresentaram uma coreografia memorável, ilustrativa da nossa grandeza. Frente aos 11 Esperanças a cidade seria brindada com um comboio turístico fretado pelos South Side, para nos fazer transportar durante o rally tascas, iniciativa que teria origem frente à UAlg.

Com a subida garantida neste momento, temos a oportunidade de celebrar o título de campeões, algo inédito na nossa história. Um brinde para todos os sócios SS, tanto para aqueles que o são desde o início, como principalmente para aqueles que desde que o são, nunca viram o SC Farense a jogar na 1ª liga.

Esta é a nossa história (1994-2007)

Colaboradores: Paulo Castilho, João Galrito, Fernando Nuno, Nuno Pudim, Rui Roque, Pedro Roque, João Araújo, André Pimpão