quarta-feira, 18 de junho de 2008

Viagem ao mundo Ultra - Parte 1

São inúmeros os documentos (livros, reportagens televisivas e artigos de imprensa) sobre o futebol, seja por sociólogos, jornalistas, comentadores desportivos, opinion makers ou hooligans assumidos.
O livro que me encontro a ler de momento é a Viagem ao mundo ultra, escrito por alguém que não se enquadra em nenhuma das categorias atrás mencionadas, nem sequer se identifica como um ultra, é simplesmente um adepto de futebol com preferência clubista como grande parte da nossa sociedade “sportinguista” mas sem grande fanatismo por o mesmo, apenas gosta de acompanhar a nossa selecção ao estrangeiro e foi numa dessas viagem que dista ao Europeu de 96 que começou a sua vivência com os Ultras Portugal, cujas experiencias assentava no seu diário.
Deixo certos excertos escritos por alguém que considero imparcial, simples e sincero, que consegue transmitir a verdadeira essência do que e ser ultra…sem nunca o ter sido.

Euro - Inglaterra96

“Quem se interesse pelas histórias política e literária de Portugal, no século XIX, encontrará vários casos em que o vocábulo Ultra é empregue: ultra-realistas (os miguelistas ou absolutistas portugueses mais radicais), ultra-conservadores ou, ultra-progressistas (os mais à direita e esquerda no espectro politico), ultra-românticos ( a escola romântica e empolada), entre outros. Também durante o estado novo se falava na direita ultra, a mais acérrima defensora da presença no ultramar.
No mundo do futebol, o ultra é o individuo mais activo das claques, que pelo amor, dedicação e empenho ao clube da sua escolha se distingue dos sócios, adeptos e simpatizantes ou mesmo dos outros membros desse agrupamento restrito. É pelo futebol e para o futebol que vive, sobretudo o do seu clube, qualquer que ele seja. Melhor, é aquele individuo que faz do desporto-rei o seu elo de ligação com o universo que o rodeia, que o conhece a fundo, de forma enciclopédica, obsessiva, que programa a sua vida do dia-a-dia em função do futebol, que faz dele o centro da sua existência, das suas conversas, dos seus interesses. Que o utiliza como pretexto e forma de conhecer o mundo (político, social, económico) viajando, lendo, dialogando, divertindo-se. Que recorda muito dos seu passado em função deste jogo.
Em Itália são conhecidos por Tiffosi, isto é, os atingidos pelo tifo, os doentes da bola. Em Inglaterra – e por essa Europa fora – são referidos como os hooligans, os arruaceiros, os marginais. Mais do que um problema de segurança – que por vezes são – os Ultras são um fenómeno cultural, cultual, muito mencionado, criticado e estudado, mas não necessariamente entendido. Constituem o núcleo duro do que Desmond Morris designou por tribo de futebol, no livro homónimo. Conseguirá a pseudo-civilização que nos brutaliza, que nos lava o cérebro, destruir mais este clã, mais esta tribo, como fez e como faz com os índios de todas as Américas? Esperemos bem que não, em nome da diferença e da fuga à norma. “

in " Viagem ao mundo ultra"


sexta-feira, 6 de junho de 2008

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Clubite!

Clubite...um termo dado a uma doença que grande parte da sociedade Portuguesa sofre, Faro não foge a regra.
Dentro dos South Side vive-se intensamente o valor que é ser
bairrista, amar a nossa cidade, defender o nosso clube, mas não podemos dizer o mesmo em relação a grande parte da nossa comunidade Farense...
Sem me alongar
muito sobre o tema, deixo que as palavras do meu amigo e sócio dos South Side neste texto que aqui vos deixo, elucide um pouco sobre a nossa postura e forma de estar, muitas vezes incompreendida aos olhos da restante massa adepta Farense, catalogando-nos de fanáticos e a qual eu respondo...Fanáticos com muito gosto!

FARENSE ACIMA DE TUDO!

"Irrita-me profundamente quando depois de me perguntarem "de que clube és?" ao que respondo obviamente com muito orgulho "sou do Farense", me dizem "Sim... Tá bem... Mas e o outro?"
MAS QUAL OUTRO????
Sou obrigado a ter outro clube? Amor só há um... e o outro nunca se ama...
Infelizmente em Portugal existe uma doença que é a clubite, que é um vírus que se propaga facilmente em mentes fracas.
A clubite é uma doença que afecta cerca de 8 em cada 10 portugueses.
Caracteriza-se pela seguinte situação: um indivíduo nascer e viver numa determinada cidade portuguesa e ser adepto de um clube de uma outra cidade.
Exemplificando: um jovem nasce em Faro, cresce e vive toda a sua vida em Faro e, no entanto, é adepto do Benfica (ou Sporting ou até mesmo Porto) e não do Farense (como deveria ser).
Esta doença, a clubite, tem 3 variantes conhecidas: a clubite vermelha, a azul e a verde. A variante com maior incidência no nosso país é a clubite vermelha. Os portadores desta variante vibram por um clube que cresceu à custa de ter sido "levado ao colo" por Salazar durante o Estado Novo, e afirmam ainda ser campeões europeus. A clubite verde tem menos doentes do que a vermelha. O clube do qual são adeptos estes doentes é o clube da classe aristocrata, dos ricos, dos empresários, do Jet7... Por último, a clubite azul (com maior incidência no norte do país) tem como doentes adeptos de um clube que permite

que os nossos árbitros conheçam o mundo inteiro, através das suas ofertas de viagens.
Há também casos raros da chamada clubite nacional: em que uma pessoa nasce em Portugal e é adepto da selecção de Itália, por exemplo.
A clubite é uma doença transmissível de pais para filhos. Isto porque se trata de uma questão de educação. Ora, se o pai e a mãe têm clubite, é quase certo que os filhos também terão.
Os doentes de clubite são, na generalidade, pessoas com as seguintes características:

- São comodistas e têm medo de não ser aceites pela sociedade, por isso vão atrás das maiorias.
- Não têm espírito de sacrifício e sofrimento e escolhem sempre o caminho mais fácil, ainda que seja o menos emocionante.
- Não têm laços de afecto com a sua cidade e aproveitam todas as oportunidades para falar mal dela, apesar de nada fazerem para a engrandecer.
- Alguns ainda são sócios do clube da sua terra e dizem-no com muito orgulho, mas nada fazem por ele e apenas vão ao estádio quando o seu "grande" clube lá vai jogar. São pessoas sem uma identidade vincada e ideologicamente pobre.

Convém referir aqui um ponto. Temo-nos referido aos clubes grandes. E o que são os clubes grandes??? Bem, os clubes grandes são aqueles que têm grandes dívidas, grandes passivos, são grande parte das vezes beneficiados pelos árbitros e, como se não bastasse, são grandiosamente protegidos por toda a comunicação social.
Resta dizer que os portadores desta doença são pessoas tristes. Não vibram com o seu clube. Alguns nunca foram ao estádio do seu clube. São pessoas desapaixonadas do desporto. No entanto pensam exactamente o contrário: que adoram o clube, que vibram com as suas vitórias, etc. Infelizmente vivem na ilusão...

O que eles sentem é clubite! Nós, os sãos, os que vamos ao estádio da nossa cidade, apoiar os nossos clube, nós que amamos a nossa cidade e que rimos e choramos e vibramos com o nosso clube passamos por momentos que os doentes da clubite jamais passarão.
Nós sim sabemos o que é o desporto, a paixão, o convívio! Nós sim sabemos que o nosso clube é o principal representante da cidade que nos acolheu e que é nosso lar! Nós sim sabemos que clube e cidade juntos formam um todo que nós admiramos e retribuímos com afecto a hospitalidade que tiveram ao nos acolher.

Por tudo isto, temos um papel importante a desempenhar:
Vamos curar estas pessoas.
Vamos tentar educá-los. Vamos abrir-lhes os olhos! Acabemos com a clubite!"


"Em Roma, sê romano!" (Ditado popular)

escrito por Fernando Nuno Vieira



domingo, 1 de junho de 2008

Campeões!!

Foi num ambiente de festa que na passada semana perante o Alvorense, o qual venceu por 5-0 ,que o Farense recebeu a taça de campeões do Algarve da 1ªdivisão distrital.
Graças aos nossos briosos jogadores, nos quais nunca deixamos de acreditar, estaremos na próxima época na 3ªdivisão nacional a dar continuidade à luta de levar o nosso grande FARENSE ao seu devido lugar!
Obrigado Campeões!!