Farense regressa aos campeonatos nacionais
Assistência média ronda os 1500 adeptos. Há quem sonhe com Liga
O Farense prepara-se para fazer hoje a festa da subida à III Divisão, e o consequente regresso aos campeonatos nacionais, depois de há dois anos ter começado pelo escalão mais baixo do futebol português - a II Divisão Distrital. Depois da Farense Futebol SAD ter sido alvo de um processo de insolvência, por parte de um jogador, os responsáveis por aquele, que para muitos continua a ser o emblema mais representativo do Algarve, decidiram inscrever o Sporting Clube Farense nos campeonatos distritais. A curto prazo a aposta está a revelar-se positiva e, em duas épocas, o clube da capital algarvia passou da II Divisão Distrital, para a III Divisão Nacional. Todavia, enquanto a SAD não resolver os problemas financeiros, o clube não poderá participar nos campeonatos considerados profissionais, tais como a Liga Vitalis e a Bwin Liga.Apesar destas contingências, em Faro todos acreditam que é possível ultrapassar a crise e voltar ao convívio com os grandes do futebol nacional. Na história dos campeonatos da I Divisão o Farense ocupa ainda um honroso 11.º lugar, o que demonstra a importância e o estatuto que este humilde clube mantém no panorama futebolístico nacional. Para trás ficou uma presença na final da Taça de Portugal em 89/90 - que viria a perder para o Estrela da Amadora - e na temporada de 94/95 alcançou a melhor classificação de sempre, ao terminar o campeonato no 5.º lugar, qualificando-se pela primeira vez para a Taça UEFA.Essa foi uma época inesquecível para todos os adeptos farenses, abrilhantada com uma vitória sobre o Benfica, o campeão nacional em título, por 4-1, com golos de N'Daw, Hassan e Jorge Soares. "No final desse jogo saí do Estádio de São Luís com as lágrimas nos olhos", recorda com nostalgia Rui Roque, de 32 anos, o líder da claque South Side Boys, que conta com mais de 200 associados. Se nos últimos anos muito tem faltado ao Farense, apoio foi algo que nunca faltou, mesmo quando a equipa esteve cerca de 10 meses sem competir. "Foi o maior desafio em seis anos que levo como presidente da claque, fizemos várias campanhas junto da população geral, da autarquia e do tecido empresarial, é quando o clube está em baixo que se deve dar mais apoio", destaca Rui Roque. Apesar do Farense se encontrar a competir nos escalões distritais o número de espectadores nos jogos, que na condição de visitado têm lugar no Estádio Algarve, são superiores a alguns clubes da Super Liga. Nos jogos em casa a assistência média ronda os 1500 adeptos e em todas as partidas a claque faz-se representar por mais de 100 simpatizantes, que levam a festa a todos os campos onde a equipa se desloca. "O Farense continua a ser o maior clube do País a Sul do rio Tejo e vai voltar ao lugar que lhe pertence, que é no escalão maior do futebol português", adianta, expectante, o líder da claque algarvia.
in Diário de noticias
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