segunda-feira, 27 de abril de 2009

Tão perto dos 15anos...

Prestes a chegar aos 15 anos de História, uns com mais história que outros, outros com mais alegrias, outros com mais tristezas…mas cada qual com história, história essa que contribui para o que nós somos hoje!
É inacreditável como o tempo passa depressa, de como ontem “1994”, com apenas 16 anos, paralelamente as loucuras, excessos tão característicos de tão tenra idade, sonhava com algo…baseado numa mentalidade “ultra” , olhava com os meus…para os nossos, idealizando, sonhando e muito rapidamente lutando por uma causa, por algo que aos olhos de muitos seria utópico numa sociedade tão corrompida por falsos ideais e sentimentos, lutavámos pelo ideal Farense! Com apenas 16anos…
É inacreditável, de como hoje “2009”, com apenas 31 anos, paralelamente a uma vida social “como qualquer outro Português”, continuo a sonhar com algo… a lutar por algo, para que no final dos meus dias, alguém continue a lutar por esse mesmo ideal. Quem não quer deixar a sua marca, nesta vida tão curta?…existe quem a viva egoistamente, e quem a viva olhando para os seus, pois a marca que eu quero deixar é pelo meu clube, a minha cidade, os meus conterrâneos… na defesa da sua honra, da sua história, das suas tradições, na defesa e construção de algo que não é meu, mas ao qual eu orgulhosamente pertenço e faço parte.
15anos…são muitos anos, mas poucos com os que eu espero encarar pela frente, lutando pela concretização deste sonho, que não estará concluído no meu tempo de vida, mas luto para que alguém continue a lutar por ele. Certamente gerações irão passar-se…mas alguém teria que começar a luta!
15anos… muita gente passou, muita gente nunca abandonou, muita gente abandonou e voltou, muita gente há-de chegar ainda. Como eu costumo dizer, em Faro quem não pertence aos SS, ou já pertenceu ou já passou por cá…
15anos….uma história que muita gente conhece, mas existe algo que muita gente ainda não conhece, os nomes…nomes que adquiriram estatuto, estatuto que nos chega com o tempo, com a devoção, dedicação, amor, nomes esses que nunca procuraram o seu protagonismo, nomes esses que fizeram com que os SS fossem o que são hoje.
Andam no meio dos ultras, da nova guarda como que apenas mais um fosse, sem procurar protagonismo, apenas a lutar por algo, luta essa que muitas vezes passa desapercebida aos olhos de muitos, sem nada pedir em troca…mas não passa desapercebido aos meus.
Paulo Castilho” Velhote”, o fundador… a sua voz é soberana. Rui roque, um líder nato…muitos lhe apontam defeitos, eu vejo virtudes nesses mesmos defeitos. João Araújo “ Bimbo”, um ultra…pensa como um ultra, sente como um ultra, age como um ultra, é a voz da bancada. Pedro Roque…poucos falam nele, pouco gosta que se fale nele, o seu trabalho e devoção passa desapercebida aos olhos de muitos…mas ele está sempre lá!! João André”johny”, o futuro… chegado a pouco tempo, encontra-se em maturação. Margarida “Austra”…umas vezes mais presente que outras, uma Lady em doc martens. Pedro carrega…101% Farense, não se assume como ultra, não se revê na mentalidade, mas na minha opinião, age como um. Ana Luísa, é como uma mãe dentro do grupo…, Fernando “ F”, quem nada faz…. E tudo faz, voluntarioso, fanático Farense, gostava de aqui por o adjectivo dinâmico, mas ninguém é perfeito! ;) “Sempre connosco”
Independentemente destes nomes, muitos outros contribuíram, contribuem ou hão-de contribuir nesta luta que não tem fim, na implementação deste ideal…Tiago”bagaço”, Artur”bezerro”, Puto Nuno, Paixão, Palmeira “Cabeçudo”, Bruno “gaivota ;)”, Pedro leitão, Montes “levezinho”, Carlos “ Bitó”,Pentia, Claudio, Brazão, Pudim, Jorge, Malhadas, Zé “Bomba”, Pedro“tripeiro”, João “Pitti”, Salsa, Sergio ”Marroquino”, David "Francês"ao amigo Tó e todo o fidelíssimo Grupo budens “tão longe e tão perto”, Andre e Bananas “ Ala 10”, Chapa, Mau e respectivo grupo Atalaia, Bica, Laranjo e todo o pessoal do HardCore “ por um Faro unido”,André, ao Bruno e todo o grupo Penha, tininha, Patricia, Miriam , Zabel, Ana Cláudia, “ a todas as Sorellas”, esgana, Aurélio, Beto, ao amigo Ricardo e Secção Lisboa “ que nos acompanhem na curva por muito mais tempo na defesa do nosso Farense”, de muitos nomes me esqueci certamente…mas a todos eles e todos estes que me referi…um CONTINUEM!!
A todos os ultras que nos acompanham de domingo a domingo...um CONTINUEM!!
A todos os Farenses...um ACORDEM!!
Muita gente estranhara o facto de expor nomes e por vezes fotografias, mas esta é a nossa maneira de estar sem preconceitos nem tabus, apenas uma amor interminável ao nosso clube e cidade... esta é a familia South side, com todos os seus valores, honra, tradição e bairrismo!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Cannigia acredita...E NÓS TAMBÉM!!

Uma Viagem a Meca do mundo ultra


Sempre que possível, tento conciliar o meu tempo disponível e algum buraco no calendário de jogos do meu Farense para acompanhar outros grupos e no mínimo 1 viagem por ano a outro país, onde tento enriquecer a minha cultura ultra.
Este ano já tinha tido o privilégio de acompanhar a Juve Leo na sua transferta à Luz, os Super Dragões ao Vincent Calderon, a curva benfiquista no estádio Algarve na final da taça da Liga e agora tive a minha experiência de vida. Numa viagem de 6 dias a Itália, onde tive a oportunidade de conhecer a sua rica história, consegui realizar um dos meus sonhos, assitir in loco, ao derby Lazio-Roma. Uma verdadeira viagem à Meca do mundo ultra!
Abalo de Portugal dia 6 na companhia do “puto” Nuno, à nossa espera está em Roma, Bagaço e Adão. Mas nós temos que fazer escala em Madrid, e aproveitando essa espera de 3 horas até ao voo para Roma, apanhamos o metro e deslocamo-nos ao Santiago Bernabeu para no mínimo o conhecermos por fora ,pois o tempo escasseava. Chegados lá, as fotos da praxe e uma volta em redor do estádio em busca de um bar, uma loja ou de algo onde absorver um pouco do espírito ultra. Não necessitamos de procurar muito, numa rua por detrás do topo sul, vários graffitis marcavam o território, em várias associações aos ultras Sur, mas também com muitas conotações politicas como já seria de esperar…descubro o bar dos Ultras Sur, devidamente barricado e fechado, pois só se encontra aberto em dias de jogo.
Nessa mesma rua almoçamos, e de estômagos cheios regressamos ao aeroporto para entrarmos directos para o voo.








Chegados a Roma, os ultras Bagaço e Adão já se encontravam a nossa espera no magnifico Fiat Panda que nos levaria a conhecer um pouco de toda a Itália, percorrendo 2000km em 2 dias!! E assim começa uma verdadeira aventura…
O dia começa bem cedo pelas 0730.Temos como destino Nápoles, mas antes queremos assegurar a nossa presença no derby de sábado. Tinhamos um contacto a nossa espera em Roma, o Andrea. O grupo dele costuma colocar-se no topo Norte, onde os confrontos com os ultras visitantes são mais fáceis, mas nesse jogo colocaram-se na central, visto o topo Norte ser da Lázio. Dadas as condicionantes e importância deste derby só conseguiríamos estar com ele mais tarde.
Vamos a um ticket Office onde supostamente teriam os bilhetes a venda, mas visto tratar-se de um jogo de alto risco, os pontos de venda estavam resumidos as lojas oficiais da lázio e Roma. A ansiedade começasse a apoderar-se de nós. Vamos á loja mais próxima, á da Roma na Piazza Collunna . BINGO! Bilhetes adquiridos para a Distinti sud, embora procurássemos para a Bancada Tevere, onde supostamente se iria desenrolar toda a acção, damo-nos por contentes pois estaríamos mesmo no meio da curva da Roma.




Na loja da Roma em Piazza Collunna

Missão cumprida, próxima paragem Nápoles! Vamos pela nacional, que durante quase todo o percurso é feito pela costa num passeio bastante agradável, parando apenas para abastecer de cerveja. Alias, seria aqui o grande prejuízo, com cerveja a 3e, aconselhamos a “Peroni”. Um passeio por pompeia “ tão persistentemente apelidada de Pamplona por Bagaço” chegamos a Nápoles já de noite, percebendo agora por que razão é apelidada por lixeira de Itália. É impressionante a quantidade de lixo espalhado pela cidade.
Com o estádio de San Paolo como destino, somos apanhados pela hora de ponta o que nos atrasa bastante. Uma cidade caótica a nível de transito, onde se sente um clima bastante pesado nas ruas, talvez traduzida pela pobreza desta mesma zona. Através de graffitis sente-se sempre a presença dos ultras, que por toda a cidade marcam o seu território.
Chegamos ao estádio de San Paolo, e num estádio fechado mas imponente por fora, respira-se essência ultra, enormes pinturas preenchem todas as paredes por detrás do topo norte. Impressionante!
Assim como o ultra Emmanuelle da Roma apelidava mais tarde “ in Napoli, tutto criminali”, sente-se o clima bastante pesado numa cidade escura.
Regressamos a Roma, onde chegaríamos pelas 00h.
Acordamos cedo, pelas 08h, com a triste noticia de que a série B tinha sido cancelada, devido ao terramoto. Que frustração! Tínhamos como planos ir assistir ao Pisa – Modana. Mas essa triste notícia não nos desmotivou, compramos um mapa de Itália e fazemo-nos a estrada. Destino Pisa. Fazemos 1200km neste dia, conhecemos Pisa, Firenze ( mas que belas mulheres "nheca") , Bolonha " Muitos arábes e muita droga nas ruas" e San Marino "espectacular". Chegamos a Roma as 05h.
Sábado, chegou o grande dia!
No berço da mentalidade ultra, iria assistir em pleno Olímpico a um dos Derby´s mais míticos do mundo. Depois de mais de 15 anos, saciando a minha admiração através de revistas e da net, vejo-me na eminência de concretizar um dos meus sonhos de vida, e deixem-me que lhes diga, é tudo o que vocês possam imaginar e melhor ainda!
Seguimos de metro até Lepanto, onde esperamos pelo bus 280. Enquanto esperamos metemos conversa com 2 adeptos da Lazio sem ter chegado a conclusão se seriam Ultras, desconfiados perguntam-nos se iríamos ao Olimpico e para que curva, fazendo-nos de turistas desentendidos mostramos o ticket… “Roma?” interrogam-se em voz alta, a conversa ficaria por ali. O Olímpico começa-se a avistar, os passeios mostram-se cada vez mais entupidos a medida que nos aproximamos cada vez mais. Ultras mais agitados, adeptos com a indumentaria completa dos seus clubes misturam-se, Cotas a segurar o filho numa mão e a faixa noutra… Esqueçam o nosso perfil de” cota”, os cotas lá são como nós, no máximo estão sentados na bancada agarrados ao seu estandarte ou agitando persistentemente a bandeira soltando com o calor do jogo algumas cânticos acompanhando a curva.
Faltam 30 min para o jogo, resolvemos ir beber uma antes de entrar como que prevendo a lei seca dentro do estádio. Até que descobrimos umas poções mágicas vendidas a entrada do recinto que os Italianos bebem compulsivamente antes do jogo “shot´s de cafeína com 20% volume de álcool”, são uma verdadeira bomba!
Dirigimo-nos para a entrada, torniquetes automáticos…e ”estupefacção nº1” não existe revista!?? Como é possível que num derby destes, não exista revista a entrada, num país com o historial de violência que Itália tem? Saberia mais tarde que não era que a policia não tivesse tentado, mas o movimento ultra lá é de tal maneira grande, forte e unido que simplesmente não entram na curva. Misturamo-nos na multidão e passando pelo bar a caminho da curva, “estupefacção nº2 “, existe cerveja a venda no Bar! Melhor ainda…andam marroquinos a vende-las na bancada! Isto não poderia começar melhor, faltando poucos minutos para o jogo, precipitamo-nos para a bancada, numa imagem típica do filme “assalto ao estádio”, a parte em que eles pela primeira vez entram na curva durante o filme, acaba o mesmo…sinto-me prestes a quebrar o grande enigma que estaria por detrás da confusão de ultras, fumo e bandeiras com que o mesmo acaba. Subo a enorme escadaria, o barulho vai-se tornando ensurdecedor, a entrada na curva esta entupida e só vislumbro a silhueta dos ultras, entro no estádio e simplesmente fantástico!!! Para onde quer que me vira-se era só ultras, que loucura! Com uma paixão futebolística enorme, vivendo os jogos como poucos, o orgulho da bandeira que agitavam, ou estandarte que seguravam, não dava para enganar…ali não existem pseudo-ultras, vivem os 90min com paixão! O estádio encontrava-se a meio, se calhar com um pouco mais de adeptos da Lazio por jogar em casa, nas curvas era um mar de bandeiras dos dois lados, o barulho no estádio era ensurdecedor até ao minuto de silêncio em memória das vítimas do terramoto, um silêncio de arrepiar. Começa o jogo com 5 minutos de silêncio da curva Romana, os Lazialle mandam…em 5min marcam 2 golos, mas como que um grito vindo da curva terminado o protesto, a Roma marca, o Caos instala-se. Numa curva que mais parecia uma Red Light District “ Estupefacção nº3”, viamo-nos rodeados de ultras desconfiados, tínhamos que quebrar o gelo… e com um “puxa do cigarrinho”, travamos conhecimento com Emmanuelle e um amigo que desesperava por não poder ver o jogo até ao fim…tinha que ir trabalhar. Uns porreiros, que fizeram com que nada nos faltasse até ao final do encontro! As frases sucediam-se quer de um lado quer de outro. Na tribunaTevere, os confrontos duram o jogo todo, com bombas a serem projectadas de um lado para o outro, assim como sucessivas investidas dos dois grupos, da única vez que a polícia tenta entrar na bancada, faltavam perto de 15 min para o final e foram prontamente expulsos. Sendo tónico para, a saída desse grupo para a rua tentando a entrada na curva Lazialle onde os confrontos se prolongariam.
O jogo acaba com 4-2 para a lazio, e os dialogos são difíceis com com quem quer que seja da parte da Roma, despedimo-nos do Emmanuele e vamos até a zona dos ultras da Lazio beber umas na zona onde se encontram as relotes mesmo atrás do topo Norte de onde vemos algumas correrias com uma policia sempre impavida e serena tentendo prolongar ao máximo os conflitos com os ultras e quando tal acontecia apenas os afastavam para uma zona mais discreta onde se podessem confrontar à vontade longe dos olhares das camaras .Metemo-nos no Bus onde adormecemos por uns 20min indo dar a um sitio bem mais distante de onde se encontrava o Olimpico!! Mas se não fosse estas aventuras as viagens nem seriam as mesmas.
Terá sido o jogo que estive presente, que mais rápido passou e que mais saudades terão deixado…
Os restantes dias foram passados conhecendo Roma e sua história.
Roma… uma experiência a repetir!


Dia 2-Pompeia, Nápoles




















DIA 3 - Pisa, Florença, Bolonha, San Marino































4 Dia - Lazio-Roma



























Juventude Évora 0-2 FARENSE

19-04-09… o meu Farense desloca-se a Évora para defrontar o Juventude.
Encontramo-nos a 4 pontos do Cova da Piedade e do Reguengos, que se defrontam entre si, e o Juventude encontra-se com os mesmos pontos que nós.
Um jogo de capital importância, assim como qualquer outras das 7 finais que temos pela frente, das 10 que a 2ªfase nos reserva.
Com as habituais esperas, por os habituais demorados…arrancam de Faro pelas 10h, perto de 40 ultras. Num ambiente de festa, surgem dois cânticos novos. E numa das muitas paragens até Évora…não é que surge o Ultra “Tibas” do grupo Penha, embora tenha acordado a más horas, ao ponto de ter perdido o BuSS, recupera os km´s que o separavam dos ultras de carro e junta-se a festa do BuSS. Isto sim é o ESPIRITO!
Chegados a Évora pelas 14h, deslocamo-nos para o estádio, ocupando as tasquinhas se encontram em seu redor. O tempo de espera é longo até a hora do jogo e pouco mais há para fazer, senão…beber! E beber…e beber…e beber…Chega a secção Lisboa! Cuja devoção tem surpreendido os mais cépticos.
A festa faz-se em conjunto, os ânimos já estão bem quentinhos e chega a hora do jogo.
Já dentro do estádio e a expectativa da reaparição da chefe “Floribela”, que nem Don Sebastião…a policia começa a arranjar algo por onde implicar…faixas aqui não! Mas elas lá ficaram…
Num jogo dominado pelo nosso Farense, ganhamos por 2-0. Sem que no entanto mais dois jogadores nossos fossem expulsos, numa actuação de condenar do sujeito que se passeava de preto no meio do campo e punha os nossos nervos em franja! Revolta na bancada e o fiscal de linha ia levando com a ira dos SS e sócios do Farense. Tudo valia! E o que valeu é que o “chapa” tem má pontaria…
Acaba o jogo e voltou-se a sentir o verdadeiro FARENSE! Os jogadores vêem festejar efusivamente connosco e restantes sócios, sendo eles próprios a dar a noticia do empate do Cova da Piedade e Reguengos. “ESTAMOS A UM PONTO!! ESTAMOS A UM PONTO!!”, gritavam eles a plenos pulmões!! São uns Bravos…
Fim de jogo, um tranquilo regresso a nossa capital, Faro.
EU ACREDITO!!!