Neste texto redigido por um grupo de amigos, uns fundadores e outros que desde da sua fundação muito deram a este grupo, foi publicado na zine de "Especial aniversário" e para além de servir de homenagem a esta família a que orgulhosamente pertenço espero que possa elucidar um pouco certas mentes preconceituosas.
HONRA AOS SOUTH SIDE!!
1994 - 2008
A verdadeira história SS
Sentado com um grupo de amigos que fielmente se acompanham há 14 anos, tentando transcrever a história dos South Side para uma folha há muito em branco, as memórias são muitas e cada vez mais, à medida que as mesmas vão despoletando, mais mil há muito esquecidas, atropelando-se para ficar numa folha cada vez mais pequena para uma história tão rica.
Quem diria, 14 anos passaram, as botas da tropa já nem se encontram no armário, os blusões de bombeiro há muito deixaram de ser fashion e as famosas DT pelas quais nos fazíamos transportar já são consideradas relíquias, mas as cores e paixão que motivaram a nossa fundação como que um grito de revolta numa época de modas, tentando valorizar Faro e o que é de Faro, num panorama nacional, continua bem patente e cada vez mais forte.
Ano de 1994. Faro mesmo sendo a capital do Algarve, era uma cidade pequena, ambiente familiar em que todos os grupos de diferentes estilos, mentalidades e ideologias, mantinham uma relação bastante próxima. Os South Side acabariam por ser o grande elo de ligação, marcando nas nossas memórias, essa época de uma forma bastante especial.
Era uma cidade apaixonada pelo futebol e pelo seu clube mais representativo, o S.C. FARENSE. E este foi o principal motivo para o nosso surgimento. Esta é a nossa história, relatada por quem a acompanha desde o início.
Acompanhado por uma moda ultra recém chegada de Itália, mas que não nos era estranha de todo, pois já tinham existido no S. Luís vários grupos a apoiar o clube, se bem com outros estilos (Pujança Moura, Alma Algarvia; Demónio Brancos), os South Side começaram a sua vida na época de 94/95 na 5ª jornada, frente ao Braga. No jogo inaugural cerca de 100 adeptos abriram tochas, potes de fumo e extintores que, em associação com balões, originaram nova cor no topo sul do S. Luís, apresentando à massa farense o significado da palavra coreografia.
Na primeira deslocação, um autocarro e uma carrinha fizeram-se à estrada rumo a Setúbal. Seria uma deslocação que viria a marcar o perfil da claque em invasões futuras: muito estrilho, confrontos com os locais e o autocarro praticamente destruído pelos próprios SS. Atitudes que custaram um dos poucos patrocínios obtidos pela claque (parque aquático e discoteca H2O). Com a polémica instaurada, a direcção do grupo sofre uma razia, ficando dois directores a conduzir o barco: André Pimpão e Paulo Castilho, de 16 e 17 anos respectivamente. A claque continuava já sem as faixas Hooligans e Ragazzi della Violencia, censuradas pela polícia. Os núcleos apareceram entre os quais os polémicos RAGAZZI SS e os ULTRA BOYS, onde se forma o perfil do carismático João Galrito. Aumentam as finanças da claque e por conseguinte o material e a independência do grupo. Aparece a SS Zine e a primeira sede, localizada debaixo do antigo peão e que possibilitava a sua utilização permanente. Espaço mítico onde se pintaram as primeiras faixas, se realizaram os primeiros convívios, chegando inclusivamente a servir de sala de ensaio para bandas.
Nos jogos no S. Luís já se tornava habitual ver cerca de 200 sócios SS na bancada, no entanto a mentalidade ainda não se encontrava bem implantada, sendo exemplo disso o tutti-frutti que vigorava nas cachecoladas.
Os pontos altos eram os jogos em casa contra “os grandes”, em que se realizavam coreografias consideradas, por quem seguia, entre as melhores do país. De elevado custo económico, só eram possíveis de executar graças às boas finanças do grupo. Frente ao Benfica uma cascata de rolos choveu da bancada SS, incendiando-se de seguida, fornecendo um belo efeito, numa vitória memorável do Farense por 4-1.
Contra o Boavista dois panos gigantes cobriram o topo Sul do S. Luís. Ao receber o Porto, e com o historial dos anos anteriores, assistiram-se a violentos confrontos envolvendo SS e SD, originando vários feridos e de novo a claque como tema de conversa entre as gentes de Faro. Neste jogo a bancada SS lotou com cerca de 500 elementos, que apresentaram um belo show pirotécnico.
A direcção do grupo convoca 12 colaboradores que usando braçadeiras na bancada, ajudam na organização da vida da claque. Por esta altura já os South Side fazem parte dos adolescentes farenses, criando iniciativas extra-desportivas, como os lendários concertos SS realizados no espaço 20 de Janeiro, com a presença de bandas míticas locais como os Punk-kecas e Sem Fuga.
As quatro deslocações no primeiro ano reflectem a vontade de espalhar o espírito SS pelos estádios do país, destacando-se a invasão a Leiria onde a claque se apresentou em força.
No último jogo em casa frente ao Est. Amadora festejava-se a primeira ida à UEFA, realizando-se uma dupla coreografia, em que o topo norte apresentava dois panos gigantes e no topo Sul vigorava uma faixa com os dizeres: “NASCEMOS PARA TE LEVAR À EUROPA”. No final do jogo, uma invasão de campo (a primeira de muitas) festejada ao rubro.
O SC Farense estava em alta, impulsionado por um grupo que se começava a definir como Ultra. Neste mesmo ano, Hassan foi o melhor marcador da 1ª liga com 31 golos e o Farense subia à divisão principal em basquetebol, após uma poderosa invasão SS a Olhão.
No final da temporada os South Side Boys já se destacavam no panorama nacional. Um primeiro ano atribulado e intenso para O grupo algarvio.
A segunda época iniciou-se frente ao Tirsense onde, para além da abertura de extintores inaugura-se a faixa “SIEMPRE BIANCONERO”, um colosso de 18 por 2 metros. Com uma mentalidade ultra mais madura as coreografias revelaram-se originais e surpreendentes. Belos exemplos são os tifos com o Sporting (topo repleto de cartolinas brancas), com o Benfica (enormes plásticos brancos que descendo formaram as siglas “SCF”), com o Boavista (6 letras gigantes e uma faixa pedia aos jogadores “VENÇAM…Merecemos ficar na primeira”) e frente ao O. Lyon (bandeira nacional com cartolinas), na primeira e única vez que os SS seriam anfitriões de um grupo ultra estrangeiro, Bad Gones.
Frente ao Porto, além da massiva presença no estádio, a cidade seria brindada com uma deslocação interna SS, iniciando-se no largo da pontinha com subida pela avenida do Liceu, com a faixa Ragazzi precedendo os cerca de 250 ultras presentes.
No que se refere a deslocações (8 no total), destacaram-se algumas realizadas por verdadeiro amor ao clube, principalmente ao norte do país: 3 ultras presentes em Guimarães exprimiam numa faixa o seu sentimento (“1500 Km reflectem o nosso amor por ti”); em Braga, 10 SS conseguiram regressar a Faro graças à ajuda do treinador e equipa técnica do clube; no Bessa, 5 elementos ficaram rodeados de Panteras Negras; em Lyon, 15 ultras lidaram de perto com fortes medidas de segurança, as quais obrigaram ao corte em 6 partes da faixa PRESENTES (nesta deslocação destaca-se o pequeno-almoço tomado com os jogadores). Na mítica invasão a Campo Maior neste ano, registar-se-ia a maior batalha campal da história SS, com tochas e bastões à mistura, da qual resultariam vários feridos e 15 detidos.
Quantos mais estádios os SS visitavam, quantas mais claques conheciam, mais se apercebiam do real valor da mentalidade ultra que tinham. Para isso ajudavam os recentes cachecóis e o vasto material produzido. Já “fardados” a rigor, os núcleos proliferam no seio SS (10 ao todo), destacando-se os SS Fuzeta, SS Emissora, os GAT (Grupo anti tripeiros), SS Lisboa, SS Norte e as SS Girls. Influenciados pelos pais desde que nasceram a apoiar o clube de Faro, vários jovens sobressaem no seio da claque, muitos deles formando núcleos, outros colaborando de formas mais casuais (sendo o Fernando Nuno um bom exemplo), naquele que mais tarde, se iria definir como o núcleo duro da claque. Neste contexto nascem os SS Penha. Liderados por Pedro Leitão e Nuno Pudim, iriam revelar-se preponderantes na vida da claque nos primeiros anos, tanto no aspecto positivo (com presenças constantes de 50 elementos) como no negativo (devido à agressividade espalhada pela cidade). Surgem os SS Gelatiere, constituídos por elementos mais velhos em relação à média de idades da claque, de onda brota o emblemático Rui Roque.
Aparecem os SS Budens, núcleo do concelho de Lagos, que apresentam cerca de 15 elementos no S. Luís frente ao Lyon.
A atitude revolucionária dos SS originava conflitos com a direcção do clube, sendo habituais as ofensas verbais durante os jogos tendo como alvo vários dirigentes. Como consequência e numa tentativa de isolar a claque, o topo sul passa a apresentar uma divisão em rede, delimitando um espaço exclusivo para os sócios SS com uma lotação de 350 pessoas. A entrada (a famosa porta SS) era controlada pelos dirigentes da claque que confirmavam o cartão de sócio SS (mediante o pagamento de 1000$00 por ano assistia-se a todos os jogos em casa).
Na última deslocação da época, com o clube lutando para não descer de divisão, 60 ultras rumam à Luz de onde arrancam uma magnífica vitória (0-1), num jogo memorável para todos os presentes. A permanência garantida abafa uma época em que, mais que os resultados da equipa, os South Side crescem como grupo, sendo reconhecidos como das melhores claques do país, ficando em 3º lugar no referendo nacional da revista ULTRA e sendo referidos em várias publicações estrangeiras como a Sup´Mag (França), Super Tifo (Itália) e Super Hincha (Espanha), revistas de culto para todos os ultras. A euforia dos festejos esconde o fosso que aos poucos se construía à volta da equipa de futebol sénior do SC Farense.
O 3º ano de existência inicia-se mais uma vez em casa frente ao Est. Amadora, onde é inaugurada a nova faixa. A direcção SS passa por nova alteração, juntando-se aos 2 directores existentes os prezados Paulo Barão e João Galrito. Neste ano alguns ultras marcariam presença no primeiro congresso nacional de claques em Leiria.
Nas deslocações destaca-se a transferta a Alvalade numa Sexta à noite, numa época em que os SS estariam presentes em cinco estádios fora de casa. A postura em casa dividia-se entre a excelente e a mediana, conforme o adversário e a transmissão na televisão, destacando-se o jogo frente ao Sporting com a coreografia realizada no topo norte: “Ontem, Hoje e Amanhã… SEMPRE FARENSE!”
No decorrer da época inaugura-se a nova sede localizada no 4º andar do edifico sede do Farense. Com a equipa a lutar pela permanência mais uma vez, denota-se um decréscimo quer ao nível do apoio vocal, quer em número, quer em termos de atitude na bancada, ficando a maior parte dos SS sentados. Como que um filtro invisível que mergulha no topo sul, os verdadeiros ultras começam a revelar-se…
Antes do inicio da temporada de 97/98, já a direcção SS levava uma reestruturação com os quatro dirigentes no activo a convidarem dois chefes de cada núcleo existente, totalizando 10 directores. Um deles, Rui Roque…
Aparecem os Grupos Abuíssa e Porno, que em vez de representarem bairros de Faro, eram constituídos por um grupo de amigos de várias zonas da cidade. Com uma postura crescendo de jogo para jogo, tornaram-se em poucos anos os pilares da claque, e a sua presença perdura até aos dias de hoje. Aproveitando a ideia, a direcção SS redefine o estatuto de núcleos, ficando estes a representar aglomerações fora de Faro e criou os Grupos dentro da cidade.
Nas deslocações efectuadas destacam-se, entre outras, Belém, Campo Maior, Luz e Coimbra.
Tal efeito de dominó, o decréscimo do rendimento da equipa leva a uma baixa geral nas assistências, incluindo a dos próprios SS. O espírito de equipa desta altura era mínimo e os ultras apenas se juntavam nos dias de jogo para, minimamente, apoiar o seu clube. Ainda assim, estreia-se a nova faixa principal (Bulldog) frente ao Benfica, numa época marcada pelas parcas coreografias realizadas. No último jogo em casa frente ao Salgueiros, festejando mais uma vez a permanência, registam-se confrontos com a Alma Salgueirista.
A celebrar cinco anos de existência, os South Side por pouco não tinham fôlego para apagar as velas do bolo. Com presenças mínimas de ultras na bancada, jogos havia em que a faixa principal nem era colocada. Num ano em que tudo parecia ruir, a claque perde a sede no 4º andar e assiste ao afastamento do lendário treinador PACO FORTES.
Apenas três deslocações marcam um ano negro na história SS. Após vários abandonos a direcção fica definida, resistindo quatro ultras Farense que perdurariam até à época de 2002/2003: João Galrito; Margarida (Austra); Paulo Castilho e Rui Roque.
Em 99/00 registam-se profundas alterações na estrutura do Farense, com a entrada dos espanhóis na SAD criada na época anterior. Uma entrada envolta em controvérsia gerada principalmente devido ao rumor da alteração do símbolo principal do clube. Muitos sócios míticos do SC Farense afastam-se, alargando ainda mais a barreira que separava o clube da sua cidade. Os South Side desenvolvem uma relação estável com o representante dos espanhóis, Pablo Santiago, reunindo-se com este esporadicamente. Este senhor revelou-se dono de uma mentalidade ultra relativamente aos peñas, muito à frente, apresentando propostas plausíveis para a claque, fruto da sua experiência como coordenador da curva ultra do Salamanca.
Com resultados desportivos do clube aquém das expectativas, que conduziam a chicotadas psicológicas a meio da temporada, louvam-se os convites que a SAD disponibilizou aos SS possibilitando um aumento da massa humana nos jogos em casa.
Nesta época destaca-se o primeiro jogador a mostrar constantemente uma postura de empatia para com a claque, Lucian Marinescu.
Em deslocações, a claque volta a visitar campos conhecidos (5 no total), destacando-se a transferta a Campo Maior com a presença de 10 autocarros com adeptos farenses.
E no sétimo ano de existência, a claque ressuscita. Das conversas com Pablo Santiago surge a ideia da BANCADA JOVEM SS, um espaço físico semelhante à divisão da bancada ocorrida na época 95/96. Por 12.000$00 ao ano, os sócios poderiam assistir a todos os jogos em casa do seu clube. Com novo fôlego, registam-se sete deslocações, marcando presença pela primeira vez em Aves, Aveiro e Alverca. Com uma base forte constituída essencialmente pelos Grupo Abuíssa, Grupo Porno e pela direcção, a claque aposta na divulgação das suas acções através de propaganda espalhada pela cidade, mostrando que no meio da destruição do clube, ainda existiam aqueles que acreditavam! Mais fortes, começam a apresentar uma forte tendência interventiva, contestando tanto a direcção do clube como a própria equipa técnica, culminando em confrontos frente ao pavilhão com as forças policiais.
Na época de 2001/2002 a claque torna-se uma associação, tendo como presidente o fundador Paulo Castilho. Num ano em que se assiste ao regresso do mítico Paco Fortes ao S. Luís, a equipa de futebol sénior do farense desce de divisão após 10 anos na 1ª liga. Não devido à falta de apoio da Associação South Side, presente em cinco estádios: Bonfim, Luz, Paços de Ferreira, Portalegre e Vidal Pinheiro. Os Grupos aumentam com o aparecimento dos SS Olhão, liderados por um ultra criado na «La Curva» argentina, Nehuen ‘Argentino’.
Com 9 anos de história, pela primeira vez os South Side apoiavam o seu clube na 2ª liga. Reagrupam-se velhos amigos, como a Emissora, Soldiers, Penha e Fuzeta; consolidam-se outros como Abuíssa, Porno e Budens, havendo espaço para o aparecimento do Grupo Sonoro e do grupo Nova Guarda. Aparecem os primeiros cachecóis em cetim.
Com cerca de 100 elementos no activo os South Side apresentam-se em 9 estádios, totalizando 8236 Km de estrada durante a época. Destaca-se a invasão a Portimão, onde 130 ultras SS mostraram quem era verdadeiramente o orgulho do Algarve. A direcção sofre alterações passando a ser presidida por Rui Roque, sendo vice-presidentes João Galrito e João Araújo. São criados formalmente os órgãos sociais da associação. O 9º aniversário dos South Side é celebrado com um concerto no pavilhão do clube, com um cartaz bem representativo do gosto musical ultra, onde tocaram e encantaram os Kontrattack, Mindlock e os Mata Ratos. Contrariando todas as expectativas, os ânimos dos ultras de Faro não esmorecem, sendo um dos principais factores para tamanha demonstração de paixão, a revolta pela crescente degradação do clube e aproveitamento das chamadas "forças vivas da cidade" em proveito próprio. No final da temporada, o Farense apesar de garantir a permanência desce de divisão na secretaria, devido à má gestão por parte da SAD do clube. Mais um balde de água fria para os ultras SS.
Dada a passividade do povo de Faro derivado às grandes mágoas existentes com os ainda dirigentes do clube, os South Side Boys adoptaram uma postura mais política dentro do clube, tornando-se na voz da revolta dos sócios. Marcando presença em todos os estádios do território continental e na Ponta do Sol, na Madeira, apresentaram-se na 2ªB mais coesos em todos os aspectos. Num Farense podre por dentro tentaram honrar a história gloriosa do clube, conscientes que eram a única salvação para o futuro. Iniciando o campeonato a apoiar uma equipa de futebol composta pelos juniores, os South Side reúnem 230 sócios, realizando uma invasão à terra vizinha de Olhão, deslocando-se de barco. Em casa apresentavam uma massa humana mais grandiosa que nas épocas anteriores, mas a verdadeira diferença residia na atitude na bancada, com um apoio incansável à equipa, destacando-se a independência dos resultados, negativos a maior parte das vezes. A gestão e funcionamento dos bares do S. Luís ficariam a cargo da associação SS, revelando o aparecimento de um novo grupo, impulsionado por Pedro Carrega, a Legião Boda, que trouxe consigo a experiência dos “Escutas” no que toca ao sentido de organização, aventura e mentalidade, o que prova que a qualidade dos grupos nada tem a ver com o seu número de elementos. Na mesma época surgem ainda os grupos Praia de Faro e Velha Guarda. Tanto apoio não impede nova descida de divisão, algo esperada pelos ultras que diariamente viviam a vida do seu clube.
Eis que na 3ª divisão repete-se o início do campeonato com a equipa a jogar com os juniores. Cada vez mais restringidos a nível geográfico, os South Side marcam presença em todos os estádios onde a sua equipa joga, 100% PRESENTES, após 11 anos de existência. Para celebrar a data convidaram os Peste & Sida a tocar no pavilhão do Farense, uma aposta que sairia furada, uma vez que, sendo Quinta-feira, à noite, e em plena semana académica da UAlg, o público não aderiu como o esperado, mergulhando a associação num buraco financeiro. Como sempre ao longo da sua existência, os ultras SS, comandados pelo seu presidente e mentor Rui Roque, aproveitariam a má sorte para amadurecerem. Para isso foi essencial a conquista de uma nova sede. Com localização privilegiada, torna-se rapidamente o ponto de encontro diário de todos os ultras, consolidando o grupo de uma forma inédita até à data. Iniciativas como O Grupo mais fiel originam uma rivalidade saudável entre os vários grupos, possibilitando presenças massivas, como a realizada ao Imortal de Albufeira, com mais de 100 elementos.
O clube conseguia a permanência, mas a sua situação financeira continuava crítica, colocando em risco a sua inscrição na época seguinte. Nesta época a associação marca presença nos principais eventos realizados na cidade, com espaços SS (barraca 12) na concentração de motos, na semana académica e na semana da juventude.
Tal só foi conseguido devido à pressão exercida pela associação SS. Dado o rumo que o clube seguia, várias foram as iniciativas de protesto e revolta lideradas pelos South Side, desde a manifestação no centro da cidade intitulada "Eu sou Farense" em alusão ao divórcio entre a cidade e clube, aglomerando mais de 400 pessoas, à invasão de campo interrompendo o jogo em protesto, envergando uma faixa que lançava a questão “Tens vergonha de ser Farense?”.
No entanto, após 8 jogos realizados pelos juniores devido à impossibilidade de inscrever jogadores devido à divida acumulada na federação, o clube acaba com a participação da equipa de futebol na 3ª divisão. O ponto alto desta época foi a vitória conseguida na deslocação a Ferreiras, premiando os South Side pela sua fidelidade e os briosos juniores pelo seu esforço, jogando simultaneamente em 2 campeonatos, o seu e o dos seniores.
Sem futebol ao fim de semana, sem clube do coração sem apoiar, a associação vira-se para os seus, criando várias iniciativas que consolidam o grupo. Prepara-se uma lista para as eleições dos órgãos socais do clube, que nunca chegaria a avançar devido ao facto de a direcção não cumprir os prazos legais da realização da mesma, tornando-se ilegítima aos olhos da associação SS, facto que se manteria inalterado até aos dias de hoje.
A um passo dos 13 anos de existência, estamos vivendo uma experiência na distrital totalmente nova, mas dentro da visão que temos do que deve ser o futebol, somos contra o futebol moderno!!!
O número de sócios SS ultrapassa os 100 elementos, e a adesão cresce de jogo para jogo, dado o protagonismo local e regional que a associação tem tido, quer nos jogos em casa, quer nos jogos fora, contribuindo para tal o facto de todas as deslocações se realizarem no Algarve, usufruindo pela 1ª vez das condições que os restantes grupos nacionais dispõem a nível geográfico.
O resto da história ainda está bem fresca em todos nós. Quem nós somos, quem são os SOUTH SIDE, e provavelmente ao leres isto muitas serão as recordações que passam pela memória deste passado recentíssimo. Dicas??: Torneios PES; torneios de sueca; paintball; jantares de grupos; jantar de Natal; deslocações a todo o lado, e sempre com mais de 40 elementos, inclusive internas, destacando o momento alto que aconteceu no 1º derby da cidade desde a década de 60, com a UAlg, onde estiveram presentes 150 ultras que apresentaram uma coreografia memorável, ilustrativa da nossa grandeza. Frente aos 11 Esperanças a cidade seria brindada com um comboio turístico fretado pelos South Side, para nos fazer transportar durante o rally tascas, iniciativa que teria origem frente à UAlg.
Com a subida garantida neste momento, temos a oportunidade de celebrar o título de campeões, algo inédito na nossa história. Um brinde para todos os sócios SS, tanto para aqueles que o são desde o início, como principalmente para aqueles que desde que o são, nunca viram o SC Farense a jogar na 1ª liga.
Esta é a nossa história (1994-2007)
Colaboradores: Paulo Castilho, João Galrito, Fernando Nuno, Nuno Pudim, Rui Roque, Pedro Roque, João Araújo, André Pimpão
Quem diria, 14 anos passaram, as botas da tropa já nem se encontram no armário, os blusões de bombeiro há muito deixaram de ser fashion e as famosas DT pelas quais nos fazíamos transportar já são consideradas relíquias, mas as cores e paixão que motivaram a nossa fundação como que um grito de revolta numa época de modas, tentando valorizar Faro e o que é de Faro, num panorama nacional, continua bem patente e cada vez mais forte.
Ano de 1994. Faro mesmo sendo a capital do Algarve, era uma cidade pequena, ambiente familiar em que todos os grupos de diferentes estilos, mentalidades e ideologias, mantinham uma relação bastante próxima. Os South Side acabariam por ser o grande elo de ligação, marcando nas nossas memórias, essa época de uma forma bastante especial.
Era uma cidade apaixonada pelo futebol e pelo seu clube mais representativo, o S.C. FARENSE. E este foi o principal motivo para o nosso surgimento. Esta é a nossa história, relatada por quem a acompanha desde o início.
Acompanhado por uma moda ultra recém chegada de Itália, mas que não nos era estranha de todo, pois já tinham existido no S. Luís vários grupos a apoiar o clube, se bem com outros estilos (Pujança Moura, Alma Algarvia; Demónio Brancos), os South Side começaram a sua vida na época de 94/95 na 5ª jornada, frente ao Braga. No jogo inaugural cerca de 100 adeptos abriram tochas, potes de fumo e extintores que, em associação com balões, originaram nova cor no topo sul do S. Luís, apresentando à massa farense o significado da palavra coreografia.
Na primeira deslocação, um autocarro e uma carrinha fizeram-se à estrada rumo a Setúbal. Seria uma deslocação que viria a marcar o perfil da claque em invasões futuras: muito estrilho, confrontos com os locais e o autocarro praticamente destruído pelos próprios SS. Atitudes que custaram um dos poucos patrocínios obtidos pela claque (parque aquático e discoteca H2O). Com a polémica instaurada, a direcção do grupo sofre uma razia, ficando dois directores a conduzir o barco: André Pimpão e Paulo Castilho, de 16 e 17 anos respectivamente. A claque continuava já sem as faixas Hooligans e Ragazzi della Violencia, censuradas pela polícia. Os núcleos apareceram entre os quais os polémicos RAGAZZI SS e os ULTRA BOYS, onde se forma o perfil do carismático João Galrito. Aumentam as finanças da claque e por conseguinte o material e a independência do grupo. Aparece a SS Zine e a primeira sede, localizada debaixo do antigo peão e que possibilitava a sua utilização permanente. Espaço mítico onde se pintaram as primeiras faixas, se realizaram os primeiros convívios, chegando inclusivamente a servir de sala de ensaio para bandas.
Nos jogos no S. Luís já se tornava habitual ver cerca de 200 sócios SS na bancada, no entanto a mentalidade ainda não se encontrava bem implantada, sendo exemplo disso o tutti-frutti que vigorava nas cachecoladas.
Os pontos altos eram os jogos em casa contra “os grandes”, em que se realizavam coreografias consideradas, por quem seguia, entre as melhores do país. De elevado custo económico, só eram possíveis de executar graças às boas finanças do grupo. Frente ao Benfica uma cascata de rolos choveu da bancada SS, incendiando-se de seguida, fornecendo um belo efeito, numa vitória memorável do Farense por 4-1.
Contra o Boavista dois panos gigantes cobriram o topo Sul do S. Luís. Ao receber o Porto, e com o historial dos anos anteriores, assistiram-se a violentos confrontos envolvendo SS e SD, originando vários feridos e de novo a claque como tema de conversa entre as gentes de Faro. Neste jogo a bancada SS lotou com cerca de 500 elementos, que apresentaram um belo show pirotécnico.
A direcção do grupo convoca 12 colaboradores que usando braçadeiras na bancada, ajudam na organização da vida da claque. Por esta altura já os South Side fazem parte dos adolescentes farenses, criando iniciativas extra-desportivas, como os lendários concertos SS realizados no espaço 20 de Janeiro, com a presença de bandas míticas locais como os Punk-kecas e Sem Fuga.
As quatro deslocações no primeiro ano reflectem a vontade de espalhar o espírito SS pelos estádios do país, destacando-se a invasão a Leiria onde a claque se apresentou em força.
No último jogo em casa frente ao Est. Amadora festejava-se a primeira ida à UEFA, realizando-se uma dupla coreografia, em que o topo norte apresentava dois panos gigantes e no topo Sul vigorava uma faixa com os dizeres: “NASCEMOS PARA TE LEVAR À EUROPA”. No final do jogo, uma invasão de campo (a primeira de muitas) festejada ao rubro.
O SC Farense estava em alta, impulsionado por um grupo que se começava a definir como Ultra. Neste mesmo ano, Hassan foi o melhor marcador da 1ª liga com 31 golos e o Farense subia à divisão principal em basquetebol, após uma poderosa invasão SS a Olhão.
No final da temporada os South Side Boys já se destacavam no panorama nacional. Um primeiro ano atribulado e intenso para O grupo algarvio.
A segunda época iniciou-se frente ao Tirsense onde, para além da abertura de extintores inaugura-se a faixa “SIEMPRE BIANCONERO”, um colosso de 18 por 2 metros. Com uma mentalidade ultra mais madura as coreografias revelaram-se originais e surpreendentes. Belos exemplos são os tifos com o Sporting (topo repleto de cartolinas brancas), com o Benfica (enormes plásticos brancos que descendo formaram as siglas “SCF”), com o Boavista (6 letras gigantes e uma faixa pedia aos jogadores “VENÇAM…Merecemos ficar na primeira”) e frente ao O. Lyon (bandeira nacional com cartolinas), na primeira e única vez que os SS seriam anfitriões de um grupo ultra estrangeiro, Bad Gones.
Frente ao Porto, além da massiva presença no estádio, a cidade seria brindada com uma deslocação interna SS, iniciando-se no largo da pontinha com subida pela avenida do Liceu, com a faixa Ragazzi precedendo os cerca de 250 ultras presentes.
No que se refere a deslocações (8 no total), destacaram-se algumas realizadas por verdadeiro amor ao clube, principalmente ao norte do país: 3 ultras presentes em Guimarães exprimiam numa faixa o seu sentimento (“1500 Km reflectem o nosso amor por ti”); em Braga, 10 SS conseguiram regressar a Faro graças à ajuda do treinador e equipa técnica do clube; no Bessa, 5 elementos ficaram rodeados de Panteras Negras; em Lyon, 15 ultras lidaram de perto com fortes medidas de segurança, as quais obrigaram ao corte em 6 partes da faixa PRESENTES (nesta deslocação destaca-se o pequeno-almoço tomado com os jogadores). Na mítica invasão a Campo Maior neste ano, registar-se-ia a maior batalha campal da história SS, com tochas e bastões à mistura, da qual resultariam vários feridos e 15 detidos.
Quantos mais estádios os SS visitavam, quantas mais claques conheciam, mais se apercebiam do real valor da mentalidade ultra que tinham. Para isso ajudavam os recentes cachecóis e o vasto material produzido. Já “fardados” a rigor, os núcleos proliferam no seio SS (10 ao todo), destacando-se os SS Fuzeta, SS Emissora, os GAT (Grupo anti tripeiros), SS Lisboa, SS Norte e as SS Girls. Influenciados pelos pais desde que nasceram a apoiar o clube de Faro, vários jovens sobressaem no seio da claque, muitos deles formando núcleos, outros colaborando de formas mais casuais (sendo o Fernando Nuno um bom exemplo), naquele que mais tarde, se iria definir como o núcleo duro da claque. Neste contexto nascem os SS Penha. Liderados por Pedro Leitão e Nuno Pudim, iriam revelar-se preponderantes na vida da claque nos primeiros anos, tanto no aspecto positivo (com presenças constantes de 50 elementos) como no negativo (devido à agressividade espalhada pela cidade). Surgem os SS Gelatiere, constituídos por elementos mais velhos em relação à média de idades da claque, de onda brota o emblemático Rui Roque.
Aparecem os SS Budens, núcleo do concelho de Lagos, que apresentam cerca de 15 elementos no S. Luís frente ao Lyon.
A atitude revolucionária dos SS originava conflitos com a direcção do clube, sendo habituais as ofensas verbais durante os jogos tendo como alvo vários dirigentes. Como consequência e numa tentativa de isolar a claque, o topo sul passa a apresentar uma divisão em rede, delimitando um espaço exclusivo para os sócios SS com uma lotação de 350 pessoas. A entrada (a famosa porta SS) era controlada pelos dirigentes da claque que confirmavam o cartão de sócio SS (mediante o pagamento de 1000$00 por ano assistia-se a todos os jogos em casa).
Na última deslocação da época, com o clube lutando para não descer de divisão, 60 ultras rumam à Luz de onde arrancam uma magnífica vitória (0-1), num jogo memorável para todos os presentes. A permanência garantida abafa uma época em que, mais que os resultados da equipa, os South Side crescem como grupo, sendo reconhecidos como das melhores claques do país, ficando em 3º lugar no referendo nacional da revista ULTRA e sendo referidos em várias publicações estrangeiras como a Sup´Mag (França), Super Tifo (Itália) e Super Hincha (Espanha), revistas de culto para todos os ultras. A euforia dos festejos esconde o fosso que aos poucos se construía à volta da equipa de futebol sénior do SC Farense.
O 3º ano de existência inicia-se mais uma vez em casa frente ao Est. Amadora, onde é inaugurada a nova faixa. A direcção SS passa por nova alteração, juntando-se aos 2 directores existentes os prezados Paulo Barão e João Galrito. Neste ano alguns ultras marcariam presença no primeiro congresso nacional de claques em Leiria.
Nas deslocações destaca-se a transferta a Alvalade numa Sexta à noite, numa época em que os SS estariam presentes em cinco estádios fora de casa. A postura em casa dividia-se entre a excelente e a mediana, conforme o adversário e a transmissão na televisão, destacando-se o jogo frente ao Sporting com a coreografia realizada no topo norte: “Ontem, Hoje e Amanhã… SEMPRE FARENSE!”
No decorrer da época inaugura-se a nova sede localizada no 4º andar do edifico sede do Farense. Com a equipa a lutar pela permanência mais uma vez, denota-se um decréscimo quer ao nível do apoio vocal, quer em número, quer em termos de atitude na bancada, ficando a maior parte dos SS sentados. Como que um filtro invisível que mergulha no topo sul, os verdadeiros ultras começam a revelar-se…
Antes do inicio da temporada de 97/98, já a direcção SS levava uma reestruturação com os quatro dirigentes no activo a convidarem dois chefes de cada núcleo existente, totalizando 10 directores. Um deles, Rui Roque…
Aparecem os Grupos Abuíssa e Porno, que em vez de representarem bairros de Faro, eram constituídos por um grupo de amigos de várias zonas da cidade. Com uma postura crescendo de jogo para jogo, tornaram-se em poucos anos os pilares da claque, e a sua presença perdura até aos dias de hoje. Aproveitando a ideia, a direcção SS redefine o estatuto de núcleos, ficando estes a representar aglomerações fora de Faro e criou os Grupos dentro da cidade.
Nas deslocações efectuadas destacam-se, entre outras, Belém, Campo Maior, Luz e Coimbra.
Tal efeito de dominó, o decréscimo do rendimento da equipa leva a uma baixa geral nas assistências, incluindo a dos próprios SS. O espírito de equipa desta altura era mínimo e os ultras apenas se juntavam nos dias de jogo para, minimamente, apoiar o seu clube. Ainda assim, estreia-se a nova faixa principal (Bulldog) frente ao Benfica, numa época marcada pelas parcas coreografias realizadas. No último jogo em casa frente ao Salgueiros, festejando mais uma vez a permanência, registam-se confrontos com a Alma Salgueirista.
A celebrar cinco anos de existência, os South Side por pouco não tinham fôlego para apagar as velas do bolo. Com presenças mínimas de ultras na bancada, jogos havia em que a faixa principal nem era colocada. Num ano em que tudo parecia ruir, a claque perde a sede no 4º andar e assiste ao afastamento do lendário treinador PACO FORTES.
Apenas três deslocações marcam um ano negro na história SS. Após vários abandonos a direcção fica definida, resistindo quatro ultras Farense que perdurariam até à época de 2002/2003: João Galrito; Margarida (Austra); Paulo Castilho e Rui Roque.
Em 99/00 registam-se profundas alterações na estrutura do Farense, com a entrada dos espanhóis na SAD criada na época anterior. Uma entrada envolta em controvérsia gerada principalmente devido ao rumor da alteração do símbolo principal do clube. Muitos sócios míticos do SC Farense afastam-se, alargando ainda mais a barreira que separava o clube da sua cidade. Os South Side desenvolvem uma relação estável com o representante dos espanhóis, Pablo Santiago, reunindo-se com este esporadicamente. Este senhor revelou-se dono de uma mentalidade ultra relativamente aos peñas, muito à frente, apresentando propostas plausíveis para a claque, fruto da sua experiência como coordenador da curva ultra do Salamanca.
Com resultados desportivos do clube aquém das expectativas, que conduziam a chicotadas psicológicas a meio da temporada, louvam-se os convites que a SAD disponibilizou aos SS possibilitando um aumento da massa humana nos jogos em casa.
Nesta época destaca-se o primeiro jogador a mostrar constantemente uma postura de empatia para com a claque, Lucian Marinescu.
Em deslocações, a claque volta a visitar campos conhecidos (5 no total), destacando-se a transferta a Campo Maior com a presença de 10 autocarros com adeptos farenses.
E no sétimo ano de existência, a claque ressuscita. Das conversas com Pablo Santiago surge a ideia da BANCADA JOVEM SS, um espaço físico semelhante à divisão da bancada ocorrida na época 95/96. Por 12.000$00 ao ano, os sócios poderiam assistir a todos os jogos em casa do seu clube. Com novo fôlego, registam-se sete deslocações, marcando presença pela primeira vez em Aves, Aveiro e Alverca. Com uma base forte constituída essencialmente pelos Grupo Abuíssa, Grupo Porno e pela direcção, a claque aposta na divulgação das suas acções através de propaganda espalhada pela cidade, mostrando que no meio da destruição do clube, ainda existiam aqueles que acreditavam! Mais fortes, começam a apresentar uma forte tendência interventiva, contestando tanto a direcção do clube como a própria equipa técnica, culminando em confrontos frente ao pavilhão com as forças policiais.
Na época de 2001/2002 a claque torna-se uma associação, tendo como presidente o fundador Paulo Castilho. Num ano em que se assiste ao regresso do mítico Paco Fortes ao S. Luís, a equipa de futebol sénior do farense desce de divisão após 10 anos na 1ª liga. Não devido à falta de apoio da Associação South Side, presente em cinco estádios: Bonfim, Luz, Paços de Ferreira, Portalegre e Vidal Pinheiro. Os Grupos aumentam com o aparecimento dos SS Olhão, liderados por um ultra criado na «La Curva» argentina, Nehuen ‘Argentino’.
Com 9 anos de história, pela primeira vez os South Side apoiavam o seu clube na 2ª liga. Reagrupam-se velhos amigos, como a Emissora, Soldiers, Penha e Fuzeta; consolidam-se outros como Abuíssa, Porno e Budens, havendo espaço para o aparecimento do Grupo Sonoro e do grupo Nova Guarda. Aparecem os primeiros cachecóis em cetim.
Com cerca de 100 elementos no activo os South Side apresentam-se em 9 estádios, totalizando 8236 Km de estrada durante a época. Destaca-se a invasão a Portimão, onde 130 ultras SS mostraram quem era verdadeiramente o orgulho do Algarve. A direcção sofre alterações passando a ser presidida por Rui Roque, sendo vice-presidentes João Galrito e João Araújo. São criados formalmente os órgãos sociais da associação. O 9º aniversário dos South Side é celebrado com um concerto no pavilhão do clube, com um cartaz bem representativo do gosto musical ultra, onde tocaram e encantaram os Kontrattack, Mindlock e os Mata Ratos. Contrariando todas as expectativas, os ânimos dos ultras de Faro não esmorecem, sendo um dos principais factores para tamanha demonstração de paixão, a revolta pela crescente degradação do clube e aproveitamento das chamadas "forças vivas da cidade" em proveito próprio. No final da temporada, o Farense apesar de garantir a permanência desce de divisão na secretaria, devido à má gestão por parte da SAD do clube. Mais um balde de água fria para os ultras SS.
Dada a passividade do povo de Faro derivado às grandes mágoas existentes com os ainda dirigentes do clube, os South Side Boys adoptaram uma postura mais política dentro do clube, tornando-se na voz da revolta dos sócios. Marcando presença em todos os estádios do território continental e na Ponta do Sol, na Madeira, apresentaram-se na 2ªB mais coesos em todos os aspectos. Num Farense podre por dentro tentaram honrar a história gloriosa do clube, conscientes que eram a única salvação para o futuro. Iniciando o campeonato a apoiar uma equipa de futebol composta pelos juniores, os South Side reúnem 230 sócios, realizando uma invasão à terra vizinha de Olhão, deslocando-se de barco. Em casa apresentavam uma massa humana mais grandiosa que nas épocas anteriores, mas a verdadeira diferença residia na atitude na bancada, com um apoio incansável à equipa, destacando-se a independência dos resultados, negativos a maior parte das vezes. A gestão e funcionamento dos bares do S. Luís ficariam a cargo da associação SS, revelando o aparecimento de um novo grupo, impulsionado por Pedro Carrega, a Legião Boda, que trouxe consigo a experiência dos “Escutas” no que toca ao sentido de organização, aventura e mentalidade, o que prova que a qualidade dos grupos nada tem a ver com o seu número de elementos. Na mesma época surgem ainda os grupos Praia de Faro e Velha Guarda. Tanto apoio não impede nova descida de divisão, algo esperada pelos ultras que diariamente viviam a vida do seu clube.
Eis que na 3ª divisão repete-se o início do campeonato com a equipa a jogar com os juniores. Cada vez mais restringidos a nível geográfico, os South Side marcam presença em todos os estádios onde a sua equipa joga, 100% PRESENTES, após 11 anos de existência. Para celebrar a data convidaram os Peste & Sida a tocar no pavilhão do Farense, uma aposta que sairia furada, uma vez que, sendo Quinta-feira, à noite, e em plena semana académica da UAlg, o público não aderiu como o esperado, mergulhando a associação num buraco financeiro. Como sempre ao longo da sua existência, os ultras SS, comandados pelo seu presidente e mentor Rui Roque, aproveitariam a má sorte para amadurecerem. Para isso foi essencial a conquista de uma nova sede. Com localização privilegiada, torna-se rapidamente o ponto de encontro diário de todos os ultras, consolidando o grupo de uma forma inédita até à data. Iniciativas como O Grupo mais fiel originam uma rivalidade saudável entre os vários grupos, possibilitando presenças massivas, como a realizada ao Imortal de Albufeira, com mais de 100 elementos.
O clube conseguia a permanência, mas a sua situação financeira continuava crítica, colocando em risco a sua inscrição na época seguinte. Nesta época a associação marca presença nos principais eventos realizados na cidade, com espaços SS (barraca 12) na concentração de motos, na semana académica e na semana da juventude.
Tal só foi conseguido devido à pressão exercida pela associação SS. Dado o rumo que o clube seguia, várias foram as iniciativas de protesto e revolta lideradas pelos South Side, desde a manifestação no centro da cidade intitulada "Eu sou Farense" em alusão ao divórcio entre a cidade e clube, aglomerando mais de 400 pessoas, à invasão de campo interrompendo o jogo em protesto, envergando uma faixa que lançava a questão “Tens vergonha de ser Farense?”.
No entanto, após 8 jogos realizados pelos juniores devido à impossibilidade de inscrever jogadores devido à divida acumulada na federação, o clube acaba com a participação da equipa de futebol na 3ª divisão. O ponto alto desta época foi a vitória conseguida na deslocação a Ferreiras, premiando os South Side pela sua fidelidade e os briosos juniores pelo seu esforço, jogando simultaneamente em 2 campeonatos, o seu e o dos seniores.
Sem futebol ao fim de semana, sem clube do coração sem apoiar, a associação vira-se para os seus, criando várias iniciativas que consolidam o grupo. Prepara-se uma lista para as eleições dos órgãos socais do clube, que nunca chegaria a avançar devido ao facto de a direcção não cumprir os prazos legais da realização da mesma, tornando-se ilegítima aos olhos da associação SS, facto que se manteria inalterado até aos dias de hoje.
A um passo dos 13 anos de existência, estamos vivendo uma experiência na distrital totalmente nova, mas dentro da visão que temos do que deve ser o futebol, somos contra o futebol moderno!!!
O número de sócios SS ultrapassa os 100 elementos, e a adesão cresce de jogo para jogo, dado o protagonismo local e regional que a associação tem tido, quer nos jogos em casa, quer nos jogos fora, contribuindo para tal o facto de todas as deslocações se realizarem no Algarve, usufruindo pela 1ª vez das condições que os restantes grupos nacionais dispõem a nível geográfico.
O resto da história ainda está bem fresca em todos nós. Quem nós somos, quem são os SOUTH SIDE, e provavelmente ao leres isto muitas serão as recordações que passam pela memória deste passado recentíssimo. Dicas??: Torneios PES; torneios de sueca; paintball; jantares de grupos; jantar de Natal; deslocações a todo o lado, e sempre com mais de 40 elementos, inclusive internas, destacando o momento alto que aconteceu no 1º derby da cidade desde a década de 60, com a UAlg, onde estiveram presentes 150 ultras que apresentaram uma coreografia memorável, ilustrativa da nossa grandeza. Frente aos 11 Esperanças a cidade seria brindada com um comboio turístico fretado pelos South Side, para nos fazer transportar durante o rally tascas, iniciativa que teria origem frente à UAlg.
Com a subida garantida neste momento, temos a oportunidade de celebrar o título de campeões, algo inédito na nossa história. Um brinde para todos os sócios SS, tanto para aqueles que o são desde o início, como principalmente para aqueles que desde que o são, nunca viram o SC Farense a jogar na 1ª liga.
Esta é a nossa história (1994-2007)
Colaboradores: Paulo Castilho, João Galrito, Fernando Nuno, Nuno Pudim, Rui Roque, Pedro Roque, João Araújo, André Pimpão
15 comentários:
Li com bastante atenção este artigo e apenas tenho palavras para dizer aos SS, Obrigado! Por tudo o que têm feito pelo Farense e pela cidade de Faro! Uma vezes muito bem, outras vezes duma forma mais excêntrica e agressiva (inicio dos SS), vocês têm sido um orgulho para todos os farenses. Farense Sempre
Quero saber se mais algum interessado tem duvidas em relação à História dos South Side Boys.
Terei todo o prazer em esclarecer.
rui_roque@msn.com
Tal como o Samm comentou, tb eu quero deixar um grande muito obrigado a todos voçês q lutam diariamente e nc desistiram do farense!
Eu jogava pelos juniores na bela vitória em ferreira na 3ª divisao e o vosso apoio nesses jogos sempre foi algo q nós, juniores, adoravamos e sentiamos, especialmente numa derrota por 6-0 frente ao atlético em q vçs estiveram presentes em lisboa mesmo prevendo-se tal resultado volumoso! msmo longe, rep. checa, oiços os relatos e mostro aos meus colega portugueses q cmg estudam q o farense está vivo e que temos a mlhor claque do país!
mt obrigado
...sim senhora, ta aqui tudo. So falta completares que depois de eu ter saido da Direcção, ja passou o Pedro Carrega por lá e presentemente encontra-se um dos maiores ultras da fornalha SS e uma das pessoas que eu mais respeito no mundo...o meu amigo Pedro Roque.
Ao ler este texto...apercebo-me da evoluçao que houve desde ha 14 anos para ca, esse grupo de jovens de outrora conseguiram transmitir e passar o testemunho a muitos dos jovens de hoje... putos de hoje q garantem, juntamente com os putos mais velhotes (nós), o futuro do FARENSE...e dos SOUTH SIDE BOYS!!
ate sinto um arrepio na espinha...
FORÇA FARENSE!!
Cravo, voçes foram grandes!! posso-te dizer q os jogos que voçes (juniores) fizeram pelos seniores foi dos que mais orgulho tive de presenciar...uma cambada de putos franzinhos a honrar e a morrer em campo pela camisola e o simbolo q envergavam! Força aí com os estudos!
Abraço a todos os que ainda permanecem a meu lado na luta do "tal" ideial... como diz o outro, somos talvez...os ultimos dos romanticos!
João Araújo
Grupo Porno SS
rroque ñ há duvidas em relação a história dos ss que atentamente li,quero dizer que ñ partilho de algumas ideias por vós defendidas e tantas vezes mencionadas em relação a restante massa associativa do S.C.F.,mas em todo o caso quero vos dar os meus parabéns por tudo o que teem feito e que de certo irão continuar a fazer pelo nosso S.C.F.,por essa razão um muito obrigado
por engano enviei anónimo...
Está um texto conciso e bem explicativo daquilo que são os South Side. Só gostava de retificar uma pequena coisa, nós, o Núcleo Budens não pertencemos ao concelho de Lagos, mas sim ao de Vila do Bispo. O concelho mais a Sudoeste de Portugal.
Acima de tudo somos Algarvios!
Parabéns South Side.
Orgulho Lusitano 08.
antes de mais quero dar os meus PARABÉNS a todos os SOUTH SIDE que neste momento fazem parte da associaçao e daqueles que já fizeram e que por um ou outro motivo nao o fazem agora..
Vou-me lembrar de um jogo de juniores no santiago do cacem á qual fui assistir,disputava-se a liguilha para a descida,contra o torreense,o farense precisava de ganhar para nao descer....o jogo começa,a bancada central estava cheia 1/4 de pessoas de faro o resto do torreense,era obvio que estavamos em inferioridade numerica a nivel de espectadores,na bancada só se ouvia torreense,torreense..mas foi por pouco tempo.
qual nao foi o nosso espanto que começamos a ouvir cantar FARENSE,FARENSE no exterior do estadio..o GRUPO ABUISSA chegava,tinham ido a santiago do cacem apoiar os juniores.
assim que entraram no estadio o pessoal de torres vedras que estavam em maior numero calaram-se por completo e o nosso farense,os nossos miudos venceram esse jogo e nao desceram de divisao.foi memoravel o apoio que deram aos miudos.
por isso digo,a todos os SOUTH SIDE,a todos os grupos pertencentes aos SOUTH SIDE, continuem assim,obrigado pelo que tem feito pelo nosso FARENSE
Só keria dizer ke gostei muito de ler documento.Fez me lembrar os velhos tempos do farense kuando era o farense.Está muito bem elaborado.Apesar de ser do lusitano de vila real sempre nutri um respeito muito grande pelo vosso clube e pela vossa claque.PARABÈNS
Orgulho Lusitano 2009
Já assisti a alguns jogos com os South Side e digo que são do melhor que em Portugal.
Nunca pensei que pudesse cantar pelo SCF mas dei por mim a cantar a plenos pulmões.
A vossa história e a do SCF são vocês que a escrevem, nunca desistam.
Continuem assim
Fred, DV82
Até eu sou capaz de cantar pelo SCF.E qualquer dia destes que possa vou ver um jogo e junto me aos southside com mt gosto.As saudades do grande FARENSE na 1ª já são mais que muitas,ainda me lembro de ir a ver jogos quando era mais novo.E não se esqueçam que o meu LUSITANO fez a transferência de um grande jogador para o SCF.MARCO NUNO ainda hoje dá cartas a jogar outra vez no Lusitano parece ke a idade não passa por ele continua a ser um grande jogador.
Continuem assim
Um dia destes passo por a sede pa beber umas burras.
SAUDAÇÕES ULTRAS
ORGULHO LUSITANO
queres a faixa sspenha de volta ou sempre presentes. e que no teu livro de historia podias por . c95
Amigos, fiquei chocado ao saber as recentes noticias sobre o paco fortes. Encontra-se na miséria...vive dentro de uma carrinha em Barcelona, e actualmente está a trabalhar no Porto de Barcelone por solidariedade da associação de veteranos do Barcelona FC. Este homem não merecia este destino.
Mouros de merda...
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