terça-feira, 25 de novembro de 2008

Cova da piedade 0 - 0 FARENSE

Dada a minha impossibilidade de me deslocar a Cova da Piedade por motivos profissionais, algo inconcebível nos dias de hoje...pois se para os Cristãos o Domingo é sagrado, para os árabes o Ramadão para cumprir para os ultras o Domingo deveria ser sagrado como de uma religião se tratasse!
Alguma expectativa estava instalada para este difícil jogo na casa do primeiro classificado, devido a mais uma mudança de treinador... tirando o ponto trazido para Faro a ferros, pois acabamos o jogo com 9 jogadores pouco mais a acrescentar na produtividade da equipa.
Como não pude estar presente, incuti a tarefa de fazer uma crónica sobre o jogo fora das 4 linhas ao meu amigo Ricardo "um dos noSSos" que nos presenteou com a sua presença junto dos ultras de Faro, algo habitual sempre que o nosso Farense se desloca a zona de Lisboa e não só "lembrando da sua presença em Chaves numa já longínqua época que não sei precisar de momento", ao qual deixo um grande abraço


"Por momentos fiz uma pausa…

Decidi deixar para trás o clube (dos chamados Grandes) que em geral acompanho. Decidi deixar para trás uma liga com nome de cerveja. Decidi deixar para trás os preços criminosos das estações de serviço e das portagens. Decidi deixar para trás um estádio do Euro2004 e um clássico "velhinho" do futebol português. Deixei também para trás os pomposos nomes como Superliga.
Decidi por um motivo simples. Apeteceu-me um dia fora de todo aquele frenesim. De toda aquela confusão. Apeteceu-me um regresso às raízes. Ao essencial chamemos-lhe assim. Acompanhei os meus "South Side" (perdoem-me a presunção mas acho que já lhes posso chamar assim) a um importante jogo em Almada. O Farense defrontava o Cova da Piedade mas isso acabaria por não ser o mais importante. Fiz uma viagem no tempo. Um grupo de 50 ultras chega de bus. Traziam quase todos os seus cachecóis e t-shirts alusivas ao grupo. Traziam faixas e panos. A geleira já se encontrava vazia e as gargantas bem afinadas. Eram os Ultras do Farense. O primeiro obstáculo apareceu. O preço do bilhete atingia os 8€. Pensei "Elah, barato…" mas depois lembrei-me que se tratava de um jogo de 3ª Divisão.
As divisões secundárias também têm os seus clubes-abono. O Farense pelo seu historial é porventura um deles. Decisão? Nem foi preciso debater muito. O Grupo decide subir a um morro por detrás de um topo. As faixas e panos são colocados em árvores. Mas isso não importava. Um dirigente do Farense gritava desde o relvado que tinham conseguido entradas a 5€. Os Ultras não se venderam. Mantiveram a sua postura. Quando o Farense entra em campo as gargantas debitam palavras de ordem. Os cânticos surgem naturalmente. Os jogadores olham espantados e aplaudem.
A bola rola. Jogo morno. Mas isso não importa. Canta-se 45 minutos. Convive-se. Não existe ninguém a insultar os próximos para cantarem nem existe alguém encarregado de "puxar" os cânticos. As "coisas" surgem com naturalidade. Canta-se, salta-se e "puxa-se" por uma camisola.
Intervalo. Curta viagem ao "bar" mais próximo.
Segunda parte igual à primeira (bem, talvez o futebol tenha melhorado um pouco). Termina o encontro. O Farense empata e nos South Side festeja-se. Era um jogo difícil.
Um adepto da equipa da casa provoca a "curva". Recebe troco. Mas nada de actos cobardes de 10 para 1. Zero. A polícia aparece e põe cobro a qualquer tipo de destabilização.
O autocarro põe-se em marcha e eu também. Que saudades tinha de uma tarde assim.
Esta "malta" merece a 1ª Divisão. Mas nada de pomposas Superligas…"



Um abraço ao "Orgulho do Algarve"

Ricardo













2 comentários:

Anónimo disse...

Afinal o grupo Sorellas não é só raparigas!!!Se calhar até é....
Vejam a Foto.....

Pedro Roque

Anónimo disse...

Quem é aquele gajo giro ao lado do Querido???

Sorella